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Vitor Roma, CEO da keeggo

Super CEOs ficaram nos livros: líderes agora possuem outro papel

Para responder às rápidas mudanças do mercado tecnológico, nunca se deve separar evolução de portfólio da operação

Autor: Vitor Roma 

Minha geração foi criada com a visão de Jack Welch, CEO da GE. Seus livros eram inspiradores. Depois dele, a tecnologia nos trouxe novos super CEOs, cuja imagem era confundida com as próprias organizações: Bill Gates, Steve Jobs e por aí vai. No Brasil, uma das maiores referências foi “O Sonho Grande”, da tríade do Banco Garantia. Eram líderes que encarnavam o espírito, definiam culturas, moldavam tudo à sua imagem e semelhança em um mundo que era mais servil do que criativo.

Acontece que, nos últimos anos, nada mudou mais do que a criatividade corporativa. Mudanças na sociedade possibilitaram a entrada de pessoas de diversos backgrounds nas organizações. A diversidade cultural e intelectual tornou-se mandatória. Barreiras de língua e distância foram vencidas pela globalização. Como imaginar, diante desse cenário, um CEO que participa e decide tudo, em detrimento de tanta diversidade? Isso seria um desserviço ao desenvolvimento da empresa.

O mundo vive de descobrimentos e invenções desde os primórdios. No século XIX, fomos surpreendidos com o barco a vapor, a maior invenção da época. Mais recentemente vimos a internet, o metaverso e agora a inteligência artificial. As novidades sempre assustaram alguns e foram vistas como oportunidades para outros. O papel do CEO atual é estar atento aos sinais e trazer conhecimento para a empresa. Só assim ela irá evoluir constantemente. 

Como diria Raul Seixas, “não ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Reitero, o mundo muda em uma velocidade assustadora. É impossível estar totalmente atualizado em tudo, não importa quantos livros leia. Por isso, é preciso juntar pessoas e estimular o trabalho colaborativo em equipe. Isso significa trazer profissionais que modernizem discussões internas, questionem, tirem a empresa da zona de conforto e consigam agregar conhecimento ao portfólio já existente. 

Vimos inúmeros produtos e serviços morrerem nos últimos trinta anos – e esse número ainda vai aumentar. Quem ficar enraizado na ideia de que as últimas inovações se tratam de uma “onda passageira”, irá se perder. Para responder às rápidas mudanças do mercado tecnológico, nunca se deve separar evolução de portfólio da operação. Não se evolui distante da trincheira. É dali que os sinais aparecem. Somente falando com clientes e funcionários que estão na ponta conseguiremos ter insumos para novas apostas.

Em segundo lugar, seja o líder à frente da evolução. Crie cadência e participe ativamente do processo. O ditado “a palavra convence, mas o exemplo arrasta” segue atemporal. Quando algo é importante para o negócio, olhe de perto e tente garantir que o contraditório não seja combatido pela resistência natural que as empresas têm em combatê-lo. E, de novo, deixe os especialistas falarem. Se você permitir que pessoas contribuam para maximizar a diversidade cultural e intelectual, a evolução vingará.

Se eu pudesse dar um conselho para líderes que desejam reinvenção e prosperidade na era da revolução digital, seria: sabe aqueles livros que contam histórias de super CEOs? Valem a leitura. Mas use-os para entender padrões que funcionaram e os deixe para trás depois disso. Tem uma geração incrível vindo por aí, cheia de novidades e mudanças. CEOs devem estar atentos e entender os sinais, além de abrir o caminho e impulsionar estes novos profissionais para chegarem mais longe. 

Vitor Roma é CEO da keeggo.

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