A exemplo do que já ocorreu em segmentos como de café, cerveja e outros, o mercado das carnes vem contando com a tendência da “gourmetização”, com consumidores buscando produtos premium e de maior conveniência. Esse cenário tem levado a brasileira Minerva Foods, às vésperas de comemorar seu centenário, passar por um amplo movimento de transformação. Com o lançamento de cortes especiais, da plataforma B2B “Meu Minerva” e da loja virtual “My Beef”, voltada para vertical B2C, a companhia vai cumprindo sua meta de aprimorar os pilares de estratégia, processos e pessoas, conforme descreveu, hoje (29), André de Carvalho, diretor de negócios da Minerva Foods, ao longo da 394ª live da série de entrevistas dos portais ClienteSA e Callcenter.inf.br.
Focando de início o ambiente de negócios que se instaurou na transição dos últimos dois anos no País, o executivo destacou a aceleração dos movimentos da companhia voltados a novos processos e tecnologia, algo que já se ensaiava. E que vieram para ficar. No caso da Minerva, tudo se consubstanciou no fortalecimento da marca, transformação do ecossistema de vendas e na digitalização, que proporciona uma aproximação maior com os clientes. Falando especificamente do segmento, que chamou de “o mundo da carne”, ele ressaltou a elevação do nível de exigência do consumidor.
“A mesma mudança chamada de ‘gourmetização’ que aconteceu no consumo da cerveja, do café e da água, por exemplo, ocorre agora no universo do churrasco. Desde três anos atrás, percebemos os clientes buscando cortes de carnes mais sofisticados, variedade de marcas, de sabores e, enfim, estudando mais o que pretende consumir com a família.”
Já na perspectiva dos canais de venda, André disse que há um boom de boutiques de carne no Brasil, inclusive levando aos açougues tradicionais uma maior sofisticação em seus ambientes, tendência que se iniciou bem antes da pandemia. Ao analisar o quadro, a empresa passou a entender melhor esse novo consumidor, disposto a experimentar produtos de mais qualidade. “A partir disso, fizemos um grande lançamento, que é a marca de cortes especiais Estância 92. Trata-se do resultado de um amplo projeto que envolveu muita pesquisa e testes para se chegar a produtos de alta qualidade. Até brincamos internamente, afirmando que não há como errar no churrasco com um corte desse tipo.” Paralelamente o projeto envolveu um forte estudo sobre precificação, visando alcançar o equilíbrio entre a oferta de uma vertente premium com custo competitivo.
Dentro dessa propensão do consumidor final em buscar novas experiências sensoriais por meio de marcas de várias origens, o diretor informou que, durante a pandemia, a empresa registrou não só o aumento significativo da brasileira Estância 92, como também de outras duas marcas do portfólio que são a argentina Cabaña Las Lilas e a uruguaia Ana Paula Black Angus. Em resumo, para ele, só sobreviverão as organizações que perceberem que não mais se vende e compra da mesma maneira como acontecia no passado. O que passa por uma mudança de mentalidade interna, algo descrito como um novo conhecimento sobre os consumidores e produtos, que atravessa desde as equipes de produção, vendas, relacionamento, chegando até os parceiros do modelo B2B. “Para isso, uma das providências tomadas foi o lançamento da nossa plataforma EAD utilizada por nossas equipes de comercialização para esclarecimento e convencimento de toda a rede varejista parceira, que também alimenta nossa base de conhecimento.”
Com 18 mil colaboradores, 300 dos quais compondo a força de vendas que atua junto a uma base 60 mil clientes que formam a rede de distribuição, a consolidação de todo esse movimento de mudança depende muito da aproximação com a audiência. Para isso, o executivo enxerga a necessidade de que exista grande rigidez nos processos internos que vão desde a mencionada garantia de qualidade diferenciada até os cuidados com a logística. Isso porque, na sua concepção, ao chegar ao mercado com um produto de maior valor agregado, há que se assegurar uma entrega com ainda maior grau de precisão, o que passa também por forte engajamento de todos os times para que sintam orgulho da marca. Ou seja, a combinação de estratégia, processos e pessoas. Até porque, de acordo com o diretor da Minerva Foods, a despeito da queda no consumo de carne em função da conjuntura econômica, a variante premium do setor, que representa cerca de 4% de todo o volume comercializado, não foi impactada pela crise. E cresce entre 20% a 25% ao ano.
Por fim, analisando o perfil mais abrangente do novo consumidor, André descreve uma pessoa mais digitalizada, aberta à experimentação e em busca de mais conveniência. Diante dessa realidade, a empresa lançou oficialmente no início do ano, depois de um período de testes, a plataforma B2B de e-commerce “Meu Minerva”, dando maior autonomia de decisão de compra pela rede varejista. Enquanto na vertical B2C, visando fortalecer a marca com a proximidade e oferecer conveniência, a empresa investiu na criação da loja virtual “MY Beef”, cuja entrega é feita pelo aplicativo próprio ou dos especializados como o IFood. Por enquanto, o projeto alcança um bairro da capital paulista, devendo se estender por todas as regiões do país até o segundo semestre de 2022.
O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 393 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A série de entrevistas terá sequência amanhã (30), recebendo Felipe Masson, gerente sênior de experiência do cliente da Azul, que falará da meta de se tornar modelo em experiência do cliente; na quarta, será a vez de Bruno Cunha, superintendente executivo de atendimento e experiência do cliente do Banco PAN; na quinta, Fabiano Salgado, gerente sênior de suporte e experiência do cliente na Nuvemshop; e, encerrando a semana, o Sextou trará o tema do metaverso e seus desafios no novo palco da experiência do cliente, com os convidados Cleyton Ferreira, CTO da Compass, Conrado Caon, CTO da Adventures e Pablo Sáez, sócio líder de Digital Technology da NTT Data.