Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul

Varejo mira sustentabilidade e inovação

Estudo da KPMG aponta que, neste ano, o setor deverá manter a resiliência demonstrada em 2022, com as atualizações necessárias

O varejo já demonstrou, em anos anteriores, resiliência diante dos desafios apresentados, maturidade e muita persistência para superar adversidades. Ao mesmo tempo, em 2023, há novas prioridades para o setor e oportunidades de crescimento sustentável considerando aspectos atualizados relacionados com pessoas, meio ambiente e resultados. Essas são algumas das conclusões da publicação “O delicado equilíbrio do varejo”, conduzida pela KPMG, destacando ainda que os desafios econômicos e geopolíticos do ano passado continuam impactando 2023. 

“A inflação global faz os consumidores terem menos poder de compra e as margens das empresas estão sob pressão. Além disso, as políticas monetárias mais apertadas dos bancos centrais aumentam o custo de capacitação de capital e as restrições ao crédito. Por fim, e não menos importante, uma possível recessão está na perspectiva de muitas economias ao redor do mundo”, comentou Fernando Gambôa, sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e América do Sul.

Na avaliação do especialista, “para além do contexto econômico desafiador, está a resiliência dos varejistas, fator que vai movimentar as transformações necessárias ao setor para se adaptar ao novo momento. Os executivos líderes sabem que os atuais desequilíbrios econômicos globais prejudicam o setor, mas precisam conduzir soluções práticas que mitiguem riscos e gerem resultados. O protagonismo dos colaboradores, por exemplo, tem potencial para impulsionar as mudanças necessárias. O varejo continua sendo um dos segmentos mais poderosos no mundo, com capacidade para efetuar progressos significativos no meio ambiente e na sociedade”.

Fatores sócio-ambientais

A publicação destacou ainda que aspectos ambientais e sociais são cada vez mais importantes para os clientes, e as varejistas que adotam práticas éticas e responsáveis estão melhor posicionadas no mercado. Outro dado é que as empresas de varejo também precisam ser flexíveis e inovadoras em relação a novos modelos de negócios, como a economia compartilhada e as plataformas de comércio eletrônico. Uma saída está na personalização da experiência do cliente para atender necessidades específicas. O foco nos talentos permanece em 2023 devido à escassez de profissionais qualificados e expectativas em relação ao papel dos varejistas nas comunidades em que atuam. “Este é um dos fatores que tem provocado uma série de adaptações nas empresas em temas como gestão de talentos, recrutamento e cultura corporativa”, afirmou Fernando.

O conteúdo da KPMG destacou ainda três principais preocupações, relacionadas com as tensões entre as prioridades, para os varejistas em 2023: proteção de margem combinada com sustentabilidade, considerando que a lucratividade do setor caiu até 50% em muitos mercados nos últimos dez anos; funcionários e sociedade, uma vez que, em muitos países, o varejo é o maior empregador; funcionários e inovação dos negócios, considerando que os profissionais são um dos ativos mais importantes do setor e podem colaborar para o aprimoramento da experiência do consumidor.

“Apesar dos desafios, o varejo também oferece oportunidades significativas para as empresas que superam as dificuldades em um mercado em constante mudança. A crescente adoção de tecnologias como a Inteligência Artificial, a automação, e a Internet das Coisas, conectadas ao aumento do comércio eletrônico e da economia compartilhada, oferecem novas oportunidades para as empresas alcançarem novos clientes, ampliarem eficiência e melhorarem rentabilidade”, complementou o executivo da KPMG.

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