Danielle Francis, COO da Fintalk

Como a IA pode reduzir tempo e custo de onboarding de seus clientes 

Cada cliente frustrado é uma negociação interrompida, uma cobrança perdida, uma venda adiada

Autora: Danielle Francis

Durante anos, muitas empresas acreditaram que bastava oferecer um “chat” para atender clientes. Na prática, o que existia era um FAQ com interface de conversa, repetitivo e limitado. O usuário digitava uma pergunta e recebia sempre a mesma resposta, independente do contexto. Sem aprendizado, sem adaptação, sem fluidez. 

Essa é a lógica dos bots tradicionais, construídos em fluxos pré-definidos. Eles operam em menus rígidos e blocos de texto engessados. São fáceis de implantar e rápidos para colocar no ar, mas ainda mais rápidos em gerar frustração. Afinal, basta um desvio da rota planejada para que o usuário se depare com respostas genéricas ou, pior, com a temida mensagem de erro: “Desculpe, não entendi”. 

Com a chegada dos Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs), esse paradigma mudou. Em vez de seguir trilhas fixas, a IA passou a processar linguagem natural em tempo real. Isso significa que ela entende variações de intenção, adapta a resposta ao contexto e mantém a coerência mesmo quando o usuário decide mudar de assunto ou voltar etapas da conversa. 

Não é preciso reiniciar o fluxo. Não há perda de dados. Não existe travamento na primeira exceção. A cada interação, o modelo reorganiza as informações e mantém o diálogo vivo, fluido e inteligente. 

Essa capacidade se traduz em três pontos centrais como mesmo dado de entrada, múltiplas saídas possíveis, mesmo objetivo de negócio, múltiplas estratégias de linguagem e mesma janela de atenção, menos fricção e mais conversão. 

A diferença na prática 

Em áreas críticas como atendimento, cobrança e vendas, essa mudança é decisiva. A diferença entre concluir uma negociação ou perder o timing está na habilidade da IA em sustentar o raciocínio sem quebrar o fluxo. 

Imagine um cliente que pergunta sobre uma parcela. No bot tradicional, qualquer mudança de valor obriga o usuário a reiniciar o processo. Já um LLM compreende a alteração, ajusta a proposta e segue a negociação. Cada minuto preservado aumenta a chance de fechamento. 

Além disso, enquanto os fluxos fixos soam mecânicos e repetitivos, os modelos avançados entregam respostas únicas em cada conversa. O usuário não se sente diante de um script, mas em diálogo real. Ainda que os números e informações se mantenham consistentes, a forma de comunicar varia. Essa humanização do discurso é o que diferencia IA de simples automação. 

A verdade é que muitos negócios ainda operam com “menuzinhos” disfarçados de IA. Porém, os consumidores percebem rapidamente quando estão falando com algo que apenas repete respostas pré-programadas. Em contrapartida, interações baseadas em LLMs entregam dinamismo, flexibilidade e resultados mensuráveis em conversão. 

O que o mercado precisa entender é simples: atendimento não pode mais ser repetição, precisa ser inteligência. 

Isso significa abandonar a lógica do “atalho rápido” que só serve para dar uma aparência de inovação, mas não gera valor real. O consumidor atual já percebe quando está diante de uma interação engessada, e não aceita mais desperdiçar tempo navegando por menus intermináveis. Ele espera fluidez, clareza e, acima de tudo, respostas que façam sentido para o seu contexto específico. 

Empresas que ainda insistem em operar com chatbots estáticos, baseados em fluxos fixos, não estão apenas atrasadas tecnologicamente: estão perdendo oportunidades de negócios. Cada cliente frustrado é uma negociação interrompida, uma cobrança perdida, uma venda adiada. Por outro lado, aquelas que adotam LLMs transformam cada interação em uma chance de criar vínculo, reduzir fricção e aumentar a conversão em tempo real. 

No fim, não se trata apenas de adotar uma tecnologia mais moderna. Trata-se de decidir se a empresa quer oferecer uma experiência que respeita o tempo e a inteligência do cliente. E, nesse ponto, não existe meio-termo: ou o atendimento evolui para conversas inteligentes, ou continuará preso a um passado de respostas repetitivas e resultados limitados. 

A questão que fica é: seu atendimento já saiu do fluxo ou ainda está preso em menus? 

Danielle Francis é COO da Fintalk.

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