Willian Pimentel, diretor regional sênior de canais e alianças para as Américas da Freshworks

Complexidade é inimigo da eficiência: como desbloquear o verdadeiro potencial da IA

Inteligência artificial só faz sentido se tornar o trabalho mais simples, os colaboradores mais produtivos e os negócios mais eficientes

Autor: Willian Pimentel

Em tempos de incerteza econômica, é tentador acreditar que soluções robustas — e muitas vezes caras e complexas — são o caminho mais seguro para manter a competitividade. Mas a verdade é que boa parte do software empresarial falha justamente por ser complicado demais. Ferramentas que exigem meses de implementação, consultorias externas e equipes inteiras de suporte acabam afastando as empresas do que realmente importa: resultados tangíveis.

A inteligência artificial (IA) é um ótimo exemplo. Apesar de estar no centro das conversas sobre o futuro do trabalho, uma pesquisa recente do BCG mostrou que apenas 25% das empresas estão vendo retorno significativo de suas iniciativas em IA. Os outros 75% ainda aguardam um impacto que não chega — e o motivo costuma ser o mesmo: promessas grandiosas, pouca aplicabilidade prática.

Acreditamos que a IA só faz sentido se tornar o trabalho mais simples, os colaboradores mais produtivos e os negócios mais eficientes. É fundamental oferecer softwares de atendimento corporativo de nível empresarial sem a complexidade — ajudando empresas a entregar experiências excepcionais para clientes e funcionários. Isso significa colocar as pessoas no centro da tecnologia — com soluções fáceis de usar, intuitivas, e que entregam valor real em semanas, não em anos

IA não é um substituto para o talento humano. É um multiplicador de potencial.

Empresas que estão colhendo resultados com IA têm algo em comum: começaram pequenos, priorizando problemas reais. Seja reduzindo o tempo de resposta em centrais de atendimento ou automatizando fluxos repetitivos de RH, essas organizações entenderam que não é necessário reinventar a roda — apenas girá-la com mais eficiência.

Um playbook pragmático ajuda:

  • Escolher 1 ou 2 casos de uso com impacto imediato.
  • Evitar customizações infindáveis e integrações sofridas.
  • Medir o ROI desde o primeiro mês.
  • Expandir o uso da IA para diversas áreas do negócio.
  • E, acima de tudo, resolver problemas reais.

Nosso papel como líderes de tecnologia é simplificar. Soluções descomplicadas não são soluções menores — são as mais poderosas, porque eliminam fricções e aceleram o retorno sobre o investimento. E isso só é possível quando a IA deixa de ser um projeto experimental e passa a ser uma ferramenta prática, útil e transparente.

Se a sua IA não está entregando valor agora, ela está te atrasando.

Willian Pimentel é vice-presidente e diretor geral da Freshworks na América Latina.

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