Autor: Alexandre Brito
As projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam que as vendas continuam a cair. O dólar alto, a inflação nas alturas e menor poder de compra exigem dos comerciantes um sentido agudo de oportunidade. A aceitação de meios eletrônicos de pagamento, por exemplo, pode ser um instrumento para ajudar a driblar a crise.
Pesquisa realizada recentemente pela consultoria Tendências revelou que a participação das vendas com cartões sobre a receita total de 610 estabelecimentos no país aumentou nos últimos doze meses. Nos que aceitam cartão de débito, cresceram em 48%; naqueles em que dá para comprar com cartão de crédito, em 34%. A opção de parcelamento no cartão, por sua vez, teve incremento em 40% dos ouvidos pelo levantamento da consultoria.
Ainda de acordo com o estudo, na percepção dos comerciantes, 91%, a simples aceitação do cartão de débito atrai clientes, aumenta as vendas e reduz o custo operacional, 62%.
Pagar com cartão é considerado um diferencial para os clientes, pois, na avaliação dos gestores entrevistados, é sinônimo de segurança, rapidez e agilidade no negócio. Sem essa facilidade, 37% dos comerciantes estimam que perderiam mais de um terço da receita, e 83% têm certeza que veriam seus lucros minguarem.
Para 93%, aceitar cartões de crédito significa adicionar valor ao negócio porque viabiliza a redução das despesas operacionais decorrentes da manipulação de dinheiro. As transações com papel moeda elevam riscos e geram custos mais altos, desde a necessidade de dispor de funcionários para isso até o pagamento de prêmios de seguro mais altos.
A tendência irreversível apontada pela pesquisa, cuja amostra ponderada refletiu a população nacional de estabelecimentos, é oferecer aos clientes a possibilidade de pagar com cartões: cerca de 83% dos estabelecimentos pesquisados, especialmente os de grande porte, aceitam cartões de crédito, e nada menos do que 63% permitem a opção de parcelamento.
Prover os estabelecimentos com a conveniência e a segurança dos meios eletrônicos pode ser uma receita para animar os ânimos também dos pequenos varejistas neste próximo ano.
Alexandre Brito é vice-presidente de desenvolvimento de aceitação e negócios da MasterCard Brasil e Cone Sul.