Aumenta a concorrência

O setor de cartões de crédito e débito está mais competitivo após o fim dos contratos de exclusividade entre Cielo e Visa, Redecard e Mastercard, ocorrido em 2010, segundo estudo realizado pela Dextron Management Consulting, consultoria focada em projetos de estratégia e organização. Prova disso é que novas credenciadoras, em parceria com grandes bancos do País, entraram neste mercado desde então, ampliando a concorrência e contribuindo para reduzir em mais de 7% as taxas de desconto cobradas dos estabelecimentos comerciais, que agora giram em torno de 2,78% a 2,81%.
“Antes, os estabelecimentos eram forçados a possuir tanto a máquina da Cielo como da Redecard, caso quisessem aceitar cartões das duas principais bandeiras, Visa e Mastercard. Agora, basta optar por uma delas”, explica Bruno Furlan, consultor da Dextron, responsável pelo levantamento, ao destacar que o fim da exclusividade não só permitiu a entrada de novos players como também estimulou a concorrência entre Cielo e Redecard, aumentando o poder de negociação do comércio.
Furlan conta que hoje o mercado brasileiro dispõe de quatro outras credenciadoras além da Cielo, que tem participação do Banco do Brasil e do Bradesco, e da Redecard, da qual o Itaú Unibanco é sócio. A principal delas é a GetNet, que mantém parceria com o Santander desde julho de 2010 e conquistou 4,4% de market share no quarto trimestre de 2012, o equivalente a mais de R$ 31 bilhões em transações no ano. Sétima maior credenciadora dos Estados Unidos, a Elavon firmou uma joint venture com o Citi e vem operando no Brasil desde fevereiro de 2012.
Já a Banricompras, criada pelo Banrisul, tem como foco de atuação os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, enquanto a americana Global Payments, parceria do Banco de Brasília, deve começar a atuar na região Centro-Oeste no segundo semestre deste ano. “São poucos os bancos comerciais que ainda não estabeleceram relação com uma credenciadora. Estes detêm apenas 2,7% do total de 185 milhões de clientes bancários do País”, acrescenta o consultor da Dextron.  
O consultor ressalta que a taxa de aluguel de equipamentos chegou a cair 10%, e voltou a subir aos patamares anteriores, mas não foi suficiente para compensar a queda na taxa de desconto. A pesquisa aponta ainda que 80% da receita dos credenciadores vêm das taxas de desconto cobradas dos estabelecimentos comerciais, enquanto o aluguel de equipamentos e serviços de conectividade responde por 11,8%. No que diz respeito às despesas, as taxas de intercâmbio pagas aos bancos emissores representam mais de 55%. “A queda significativa nas taxas cobradas do comércio impactou o EBITDA dos credenciadores, que caiu 21,9%, no caso da Cielo, e 17,1%, na Redecard. Mesmo assim, as duas mantiveram margem EBITDA superior a 50% da receita líquida”, observa Furlan.

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