Para Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian, o Cadastro Positivo é uma infraestrutura necessária ao desenvolvimento do crédito no País. Para ele, se o cadastro entrar em vigor – após ser aprovado pelo Senado, projeto foi encaminhado para sanção presidencial – provocará um aquecimento do consumo, baixará os juros médios e provocará a educação financeira no Brasil.
Maior bandeira da Serasa Experian, o Cadastro Positivo é apontado por Loureiro como a possibilidade de maior oportunidade de crédito aos bons pagadores e um desestímulo para aqueles não souberem lidar com seus compromissos financeiros.
“Podemos esperar um aquecimento do consumo de qualidade, como consequência da utilização do Cadastro Positivo. Uma situação que acontece hoje é o chamado ´efeito da seleção adversa´. Do ponto de vista do outorgante, sem o cadastro positivo não é possível avaliar corretamente as transações, o que leva vários negócios a não darem certo. Essa inadimplência, esse sinistro, é dividido pelas próximas transações. Isso faz com que uma taxa média de juros seja estabelecida e ela acaba aparecendo alta para os bons pagadores. E eles não optam pelo crédito. Por outro lado, para as pessoas que têm dificuldade, essa taxa média é até mais baixa do que ela está propensa a consumir”, explica Loureiro.
“Quando consegue-se implantar uma infraestrutura como o Cadastro Positivo, é possível avaliar o risco de uma maneira mais individualizada e aplicar a taxa também de forma individualizada. É possível oferecer taxas atraentes”, acrescenta.
Ele lembra que o Cadastro Positivo já é utilizado nos Estados Unidos há décadas e também em outros países. “Não precisamos ir muito longe. Na Colômbia, o cadastro já existe há alguns anos e é possível verificar o crescimento significativo do crédito, a diminuição dos custos médios de acesso ao crédito para a população e a redução da inadimplência”, ressalta o presidente da Serasa Experian, que também é o presidente da Experian América Latina.
Loureiro também destaca o fato de que o cadastro pode estimular a educação financeira no País. “Estamos num processo de crescimento muito grande de consumo, dezenas de milhões de pessoas estão entrando no mercado de crédito. Precisamos cuidar desse pessoal, dar sustentação a elas. Sem o incentivo institucional para o cumprimento das regras, poderemos ter muitas pessoas com pouca experiência no crédito e endividadas”.
“O Cadastro Positivo também serve para trabalhar a questão do risco moral e fazer com fique claro a importância e a necessidade para uma economia madura de que todos cumpram suas obrigações contratuais”, conclui Loureiro.