Quando o assunto é cobrança, uma das principais necessidades das empresas é ter estratégias e processos bem definidos. É o que ficou claro no segundo painel do 4º Congresso ClienteSA IRC+, que teve como moderador Fábio Corrêa Rosa, da Abbey Consulting. Os painelistas chegaram à conclusão de que as empresas precisam estar preparadas para crescer e, para isso, devem considerar o financiamento do próprio crescimento, com investimento em informação e pessoas.
Para Satoshi Fukuura, da ML Serviços Financeiros, a informação é que pode fazer a diferença nas operações. “Hoje, há um gap na troca de dados entre contratantes e prestadores de serviços”, explica. De acordo com o executivo, tratar as informações de forma inteligente permite ajudar os contratantes na hora de efetuar políticas de concessão de crédito. “Quanto mais informações tivermos na mão, será mais fácil para conhecer cada perfil de cliente e criar para produtos direcionados para públicos específicos e poucos explorados”, completa Sandro Alexandre Almeida, do Carrefour. O executivo comentou que a rede varejista também utiliza os dados disponíveis para elaborar cenários futuros.
Já Marco Antonio Theodoro, da Tivit, vê no capital humano a principal força do setor. “A quantidade de contatos de cobrança não é o mais importante, mas sim a qualidade do profissional que realiza essa cobrança”, explica. Para ele, é preciso fazer dessa atividade mais uma etapa do relacionamento para trazer de volta o cliente. “Isso só será possível se investirmos na capacitação dos colaboradores”, reforça. No mesmo caminho, Emerson Gaia, da Plusoft, diz que uma das preocupações da empresa ao desenvolver uma solução para este mercado foi desvencilhar o usuário de técnicas burocráticas, melhorar o nível de interatividade e desenvolver soluções aderentes ao prestador de serviços e ao credor.
Dentro desse cenário, em que o setor já se mostra preparado para crescer, Salvatore Milanese, da KPMG, revelou que há grandes oportunidades também para o mercado de compra e venda de carteiras de crédito no Brasil. Segundo o executivo, essa atividade começou em 2006, porém ainda não tão forte quanto em outros países. “Estamos ainda num processo de ajustes. Porém com o crescimento da oferta de crédito nos próximos anos, as previsões são as melhores possíveis”, conta.