Autor: Thiago Archina
O número de consumidores inadimplentes caiu nos primeiros meses de 2013 e deve se manter estável ao longo do ano. Em função disso, a procura por crédito aumentou, aliada, também, às baixas taxas de juros. A perspectiva é positiva, porém o mercado se mostra cauteloso em função de outros aspectos da economia, como o aumento da inflação e consequente diminuição do poder de compra dos consumidores. Mesmo assim, o cenário geral é positivo, com expectativa de crescimento econômico, ainda que leve, e otimismo no que se refere ao aquecimento do mercado de trabalho.
Independentemente do quadro animador, o grande transtorno, tanto para quem vende como para quem compra, é justamente a inadimplência, que sempre vai existir. Esse aspecto é tão significativo que pode representar uma perturbação na vida das famílias. Uma pesquisa realizada na Inglaterra demonstrou que a falta de dinheiro pode fazer mal à saúde. 88% dos entrevistados disseram que tinham depressão por conta das dificuldades financeiras. No cenário brasileiro, guardadas as devidas diferenças econômicas e culturais, especialistas em educação financeira afirmam que o resultado deste estudo é plenamente aplicável.
Do lado de quem concede crédito, existe um esforço no sentido de trazer de volta o consumidor que, inadimplente, acarreta enormes prejuízos. Várias são as estratégias para recuperar esse cliente sem constrangê-lo, afinal, muitas vezes, uma simples renegociação de prazos pode fazer toda a diferença, até porque o que o mercado quer é ter de volta o cliente. Assim, empresas especializadas em cobrança procuram alternativas, buscando uma comunicação mais ampla e eficaz com o devedor.
Recente pesquisa da Socialbaker, especializada em estudos estatísticos de mídias sociais, demonstrou que o Brasil se tornou o país com o segundo maior número de usuários (65 milhões) da rede social Facebook, atrás apenas dos EUA (167 milhões). Mas o que isso tem a ver com cobrança e recuperação de crédito? Muita coisa. Imagine uma ferramenta que possibilite integrar os dados públicos da rede social às informações de uma plataforma online para facilitar a localização de pessoas devedoras?
O mercado já conta com soluções para agilizar essa comunicação, como mais um caminho de acesso ao consumidor, já que o número de pessoas interagindo na rede dobrou no ano passado. Esses aplicativos contam com um envio de uma mensagem inbox, que permite, por exemplo, localizar pessoas homônimas ou com nomes muito parecidos, sempre respeitando a privacidade do usuário. É apenas uma comunicação, não oficial, traçando uma linha mais direta para alcançar o devedor, e tudo isso com respaldo jurídico.
O mercado parece aprovar esse tipo de ferramenta, que traz, também, mais autonomia no processo de localização de pessoas e melhora no relacionamento com os clientes. As redes sociais, por sua vez, estão cada vez mais atuantes no mercado brasileiro.
Thiago Archina é analista de marketing da ZipCode.