O jovem de hoje em virtude de diversas facilidades com o crédito está se endividando muito mais em comparação a 10 ou 20 anos atrás. “A vontade de adquirir carro, roupas, perfumes, sons automotivos e, em alguns casos isolados, até a casa própria, fazem com que o jovem se endivide além de suas possibilidades, pois para ele, ter estes bens (ou ´mimos´), é questão de status perante a sociedade”, declara Roberto Grejo Júnior, da Assessoria Brasileira de Empresas, ABE. Segundo o executivo, geralmente esses jovens estão chegando à classe média, estudam, possuem emprego e sentem a necessidade de adquirir produtos, que muitas vezes não conseguem arcar com a dívida.
Para Grejo Jr., essa é uma grande preocupação do mercado financeiro, principalmente enquanto houver jovens que não se importam com a situação, e adquirem mais, afundando-se em dívidas. “Claro que há as exceções, pois em algum momento, esse jovem se tornará adulto e responsável, conscientizando-se dos problemas e necessidades para o seu dia a dia, como compras de supermercado, constituir família, educação para ele e para os prováveis filhos. Mas, existirão aqueles jovens que ´empurram com a barriga´ e se endividam mais”, diz.
O executivo diz que a educação financeira é eficaz e recomendada não apenas para os jovens. “Posso dizer que será um aprendizado do zero, ou seja, começando com o pré primário até formar-se na pós graduação da sua própria educação financeira”, afirma Roberto. Por consequência, a empresa credora terá risco menor de inadimplência, pois o jovem dará mais valor à sua renda.
Além disso, Grejo Jr. acredita que é primordial em uma análise de crédito, perguntar para qual finalidade ele quer o crédito. “Num primeiro momento, isto soa como retração na liberação dos créditos, porém na sua contrapartida, certamente o índice de inadimplência será menor aos atuais”, conclui.