Com o avanço das tecnologias nos últimos dez anos, o mercado financeiro ganhou novas possibilidades. Agora, o cliente pode fazer um financiamento, pegar um empréstimo, tomar crédito de maneira automática seja por canais mobile ou on-line. Já realidade há algum tempo, esse crédito digital tem registrado crescimento ano após ano, mostrando que caiu no gosto dos consumidores, além de ser vantajoso também para as empresas concedentes.
Atualmente, segundo Marco Mastroeni, diretor de negócios digitais do Banco do Brasil, o maior montante do crédito ainda é concedido pessoalmente, pelo modo tradicional, mas, ao mesmo tempo, a importância do digital vem crescendo cada vez mais. Por isso, o executivo comenta que, em pouco tempo, deve haver uma inversão do cenário. “No ano todo de 2015, foram R$ 1,7 bilhão de crédito via mobile”, completa. O diretor aponta que no financiamento de veículos do Banco do Brasil, o crédito digital já corresponde a um valor significativo do total. “Só para ter uma ideia, as transações de crédito veículo no mobile representam cerca de 6% do total de crédito veículo contratado no BB. Consideramos esse dado significativo porque a ferramenta foi lançada em setembro do ano passado”, responde.
Entre os clientes, o principal motivo para o sucesso é a praticidade. Por meio dessas plataformas, ele pode solicitar crédito de onde ele estiver, em qualquer hora do dia, sem precisar da interferência de qualquer pessoa e, automaticamente, o empréstimo será realizado. “Os processos de liberação são automatizados e evita que o tomador do crédito tenha que se dirigir a um ponto físico, falar com o gerente, aguardar uma decisão, quando, muitas vezes, a sua necessidade é imediata. É um processo autogerido pelo próprio associado da cooperativa, tornando a sua vida mais fácil”, afirma Francisco Reposse Junior, diretor operacional do Sicoob.
Esse tipo de possibilidade agrada aos consumidores mais acostumados com a era digital, que, segundo Ricardo Kalichsztein, CEO da Bom pra Crédito, são a maioria nos dias de hoje. Ele afirma que, atualmente, até os aposentados estão adaptados a utilizar ferramentas digitais para fazerem muitas coisas, inclusive tomar crédito. Por isso, essas ferramentas acertam em cheio o perfil do consumidor atual.
Reposse Junior mostra que os números só comprovam a eficiência do crédito digital. “Ainda não é principal canal de acesso dos associados às linhas de crédito disponibilizadas pelas cooperativas do Sistema, mas vem ganhando importância, à medida que as demais transações passam a ter os canais digitais como a sua principal porta. Atualmente, 63% das transações já são realizadas por meio da Internet e do Mobile”, responde o executivo. Outro fator que favorece o crescimento do crédito digital, segundo Raposse Junior, é o acesso aos smartphones que tem aumentado em todas as classes sociais. Além do aumento das tecnologias, como o uso de biometria nos celulares, por exemplo, que pode ser muito útil para o mercado de crédito. E essas tecnologias são úteis não só para o consumidor que quer tomar crédito, mas também para as concedentes. Segundo Reposse Junior, com uso do crédito digital as empresas diminuem custos, o que é fundamental em um período de recessão como o atual.
Apesar de todo o sucesso, Kalichsztein não acredita que o crédito digital deverá extinguir as formas tradicionais. Segundo ele, o brasileiro tem a cultura de gostar do atendimento feito pessoalmente e alguns consumidores sempre vão preferir essa opção, a saída então é o omnichannel, para tentar agradar a todos.
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