Crédito sustentável: tendência ou solução?



Em um momento em que as nações discutem amplamente a preservação ambiental e sua conseqüência para a vida no planeta, a ótica sustentável tem pautado as tendências do mercado financeiro e as relações entre as empresas e seu público alvo. Falar de sustentabilidade nos dias de hoje é pensar não somente na perpetuação do ser humano, mas em investimentos, financiamentos e disponibilidade de crédito para projetos que possam desenvolver iniciativas de recuperação e manutenção da natureza, fundamentadas em uma economia verde ativa. “Os bancos já começam a praticar, até de forma voluntária, esse tipo de exigência. Também como esse é um processo em transformação, em evolução, há um trabalho conjunto entre as instituições, o empreendedor e o projeto, no sentido de buscar soluções de cumprimento e adequação aos requerimentos legais, regulamentares e sócio ambientais”, evidencia Mário Sergio Vasconcelos, diretor de Relações Institucionais da Federação Brasileira de Bancos, Febraban.


Essa realidade leva as instituições financeiras a focarem suas ações em uma ótica sustentável e muitas delas já não aprovam crédito, não participam de financiamentos ou não negociam sem levarem em consideração uma gestão socioambiental do cliente, como explica Roberto Dumas ao falar do caso do Itaú BBA. “A sustentabilidade pesa, sim, no momento da negociação. Evitamos negociar com clientes ou participar do financiamento de projetos que não seguirem os padrões de exigência do banco, o que inclui os critérios sugeridos pelos Princípios do Equador, que asseguram que os projetos financiados sejam desenvolvidos de forma socialmente e ambientalmente responsável”, enfatiza.


Diante dessa iniciativa, as empresas colhem bons resultados, reconhecimento do mercado, menores riscos e funcionários orgulhosos por trabalharem em corporações engajadas com o desenvolvimento do País, como explica o superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Santander, Sandro Marques, ao falar da experiência do Banco. “Uma coisa muito importante é o reconhecimento do mercado do nosso papel como agente de desenvolvimento do País que traz orgulho para empresa e para os funcionários, porque é um desenvolvimento sobre a ótica do que se considera desenvolvimento hoje. Eu não estou financiando qualquer coisa, mas, financiando empresas para que elas se tornem mais competitivas e não porque cresceram e se tornaram competitivas, mas, porque cresceram e se tornaram competitivas de uma maneira que, visivelmente, estão causando impacto social e ambiental positivo, ou que estão mitigando os seus riscos”, justifica.


Outro fator que pode ser analisado é se o compromisso com a sustentabilidade por parte de uma pessoa jurídica impacta ou não na possibilidade de um possível cenário de inadimplência.  “Infelizmente, não se pode, a priori, afirmar que as chances de inadimplência são inferiores para as empresas que estão compromissadas com o meio ambiente ou com impactos causados na sociedade. As capacidades gerencial e financeira são muito mais relevantes para precisar os riscos do não pagamento do que qualquer outra variável. Todavia, é fato que, provavelmente sócios e gestores, preocupados com a sustentabilidade, com sua responsabilidade social e com a governança das empresas são, provavelmente, melhor preparados para as funções empresariais, ou seja, deve haver alguma correlação indireta entre as duas coisas” avalia a assessora econômica da Fecomercio SP, Julia Ximenes.


Com o foco nessas questões atuais e de extrema importância para a gestão de crédito e cobrança, para as empresas, seus gestores e clientes, o portal Crédito e Cobrança traz um especial que fala sobre Crédito sustentável e a concessão de crédito sob a ótica da sustentabilidade. Através dos exclusivos depoimentos de gerentes, superintendentes, assessores financeiros e executivos, a ótica sustentável, suas variáveis e impactos na relação dos credores com os solicitantes de crédito, é analisada e dissecada de forma que se possam ser discutidas suas vertentes e sua representatividade na economia local.    


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