Autor: Inon Neves
Os bancos estão investindo cada vez mais em tecnologia para agilizar processos, além de reduzir custos e riscos de confiabilidade e segurança. Dados divulgados no início de maio pela Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária confirmam essa tendência. Segundo a organização, os investimentos em tecnologia no Brasil feitos pelo setor financeiro somaram R$ 19,5 bilhões em 2017 – um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Só os investimentos em software avançaram 15% em relação a 2016, e hoje representam quase metade do orçamento de tecnologia das instituições bancárias.
Mas como esses novos avanços estão ajudando o setor financeiro a lidar com a lentidão dos processos, os altos custos e os riscos de segurança, além vencer o desafio de satisfazer clientes mais imediatistas e exigentes do que nunca? A resposta está nas novas tecnologias de digitalização e análise de documentos, que é um dos processos mais importantes no setor bancário.
Com o aumento da busca por crédito, que cresceu 12,5% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, as instituições bancárias buscam soluções tecnologias como OCR (Optical Character Recognition) e robotização para dar mais agilidade à análise de documentos e atender às demandas dos clientes, ao mesmo tempo, reduzindo custos e mitigando erros.
O OCR é uma tecnologia de digitalização que converte documentos diversos em dados legíveis que o usuário pode pesquisar e editar por meio do computador. No setor financeiro, este recurso, além de ser útil na inclusão de dados nos sistemas de informação, dá muito mais eficiência na busca por informações em consultas futuras sobre dados de contrato solicitadas por clientes ou órgãos governamentais.
Mesmo que sua empresa já conte com alguma estratégia de digitalização, sem uma tecnologia como o OCR, não é raro encontrar documentos com assinaturas faltando, ilegíveis ou com prazo de validade vencido, por exemplo, especialmente no setor bancário, cujo volume de dados analisados todos os dias é enorme. Erros nesse processo podem acabar gerando uma série de retrabalhos devido ao envio de informações equivocadas, além de reduzir os níveis de satisfação do cliente e aumentar os riscos de compliance.
Ao unir o OCR à robotização – também conhecida como Automação Robótica de Processos (RPA) – na análise de documentos na formalização e na análise de crédito, os bancos podem obter ainda mais eficiência, além de reduzir custos processuais e mitigar os erros. Além disso, por meio da automatização de tarefas essencialmente manuais e repetitivas, o setor bancário pode investir mais no desenvolvimento de funcionários mais estratégicos.
Imagine, por exemplo, que um contrato de cessão de crédito é enviado para aprovação. Este documento pode ser escaneado por um dispositivo com tecnologia OCR e suas principais informações, por meio de um software de robotização, são automaticamente enviadas para algum sistema de automação bancária. Dessa maneira, é possível reduzir em até 70% o tempo de inserção de novos documentos.
Do modo “tradicional, esse mesmo documento teria de ser analisado por um funcionário, ou formalizador, que teria de avaliar as informações e digitá-las manualmente no sistema. Além de levar muito mais tempo, é comum que vários erros acabem passando despercebidos quando o indivíduo fica tempo demais concentrado nessa tarefa.
Em um cenário cada vez mais competitivo, o avanço de tecnologias como OCR e robotização vai ser um diferencial importante para as instituições bancárias, que precisam estar atentas às novas formas de obter mais agilidade e aumentar a produtividade para garantir processos mais eficientes e clientes mais satisfeitos.
Inon Neves é VP da Access para América Latina.