Em 2015 toda a economia do Brasil foi prejudicada pela crise. O cenário em 2016 dá sinais de que não será muito diferente. As perspectivas são de que a economia continue enfraquecida em diversos setores, inclusive no setor de crédito imobiliário. N opinião de Saul Sabbá, presidente do Banco Máxima, esse deve diminuir substancialmente em 2016, por conta de desafios como a venda de imóveis que já estão disponíveis no mercado e a possível devolução de imóveis pelos consumidores, que estão com a renda cada vez menor. “O volume de crédito deve cair, pois o mercado incorporador tende a se concentrar mais na entrega dos lançamentos anteriores, pois, além do capital necessário para a entrega, é preciso vencer o desafio da devolução dos imóveis”, afirma Sabbá. A busca, este ano, será pelo equilíbrio.
Entre os vários desafios econômicos que o setor enfrentará, na visão de Sabbá, o principal deles é a taxa de juros, considerada inadequada para o setor. “O segmento historicamente funciona com uma margem de negócios, quando muito boa, de 25% em média. Toda cadeia de produção, com a desaceleração do segmento, tende a se reorganizar. Além da desaceleração do setor, é preciso reorganizar a cadeia de custos das matérias primas”, responde o executivo.
Para Saul Sabbá, o mercado de crédito imobiliário precisa trabalhar com um plano A e um plano B para superar o momento de crise. O plano A é manter uma carteira saudável e bem equilibrada e o plano B é ter um bom rating da carteira, em relação à qualidade do cliente e as garantias. “No mercado de crédito imobiliário em si, não é hora de ser muito criativo, mas de manter as premissas básicas de crédito: escolher bem o segmento que esteja melhor contextualizado com os aspectos macroeconômicos, não deixar haver descasamento entre passivos e ativos em demasia e saber utilizar veículos de mercado de capitais, como Fundos Imobiliários, securitizações, FIDC etc”, completa o executivo.