Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com consumidores negativados, ou que estiveram nesta situação nos últimos 12 meses, mostra que 17% dos entrevistados ficaram inadimplentes por terem emprestado o nome para terceiros – principalmente para amigos (31%) e irmãos (22%). Apesar dessa prática não ser considerada adequada para as finanças, mais da metade dos entrevistados (51%) afirmou que o principal motivo para emprestar seus dados, cartão ou cheque foi o de ajudar.
A pesquisa mostra que 49% dos entrevistados sabiam o valor que seria gasto em seu nome por terceiros e outros 18% tinham acordado um valor, porém a pessoa ajudada utilizou mais do que o acordado inicialmente. Já 32% não tinham conhecimento do valor utilizado. Em 41% dos casos a dívida foi paga exclusivamente pela pessoa que emprestou o nome e em apenas 3% as pessoas que usaram o nome pagaram integralmente a dívida deixada por terceiros.
Considerando os inadimplentes que emprestaram o nome e pagaram ao menos parte da dívida (47%), 56% deles tiveram que fazer algo para conseguir limpar o nome, principalmente economizar e cortar alguns gastos (36%) e usar parte da reserva financeira (11%), sendo que a média da dívida corresponde a R$ 1.215. A pesquisa ainda mostra que 43% dos entrevistados que emprestaram o nome e fizeram ao menos parte do pagamento não cobraram o devedor.
De acordo com o levantamento, a principal justificativa de quem não devolveu a quantia que pegou emprestado é a falta de dinheiro (33%) – já em 19% dos casos a pessoa desapareceu e não tem como ser cobrada. A relação pessoal ficou abalada em pelo menos 69% desses casos. Apesar dos transtornos gerados pela atitude de emprestar o nome para terceiros, 24% dos entrevistados que fizeram isto voltaram a emprestar o nome a outras pessoas, principalmente para evitar mágoas (11%).