Foi-se o tempo em que os idosos não contribuíam para o giro da economia. Aliás, observando a situação do País, está cada vez mais clara a participação ativa dos idosos dentro do núcleo familiar, já que com o aumento do desemprego, eles estão voltando a assumir as responsabilidades da família. Além disso, também permanecem dentro do mercado de consumo – graças ao aumento da expectativa de vida -, e, portanto, acabam buscando crédito para suas necessidades e as da casa. Além disso, no Brasil ainda não existe o hábito de planejamento da aposentadoria durante a vida profissional, como ocorre em outros países. Assim, têm-se um público que demanda mais crédito devido à variação negativa da renda, segundo Virginia Moreira, diretora comercial de crédito consignado do Banco Intermedium.
Uma das diferenças entre esse tomador de crédito e os demais é que ele prefere o consignado, pois é muito mais fácil de tomar e, em algumas empresas de concessão de crédito, é o que possui as menores taxas, aponta Virginia. A executiva também afirma que essa modalidade de crédito, em um sentido amplo, é benéfica para a economia por dar acesso ao crédito a quem não tem.
Também é importante perceber que a crise não influencia da mesma forma quem está aposentado de que quem corre o risco de perder o emprego, por exemplo. Assim, é um público que não é tão suscetível a inadimplência. “No Brasil, mesmo o nível de inadimplência sendo muito alto – pois ficamos muito suscetíveis às oscilações do mercado financeiro – ela se mantém sob controle e não afeta a oferta de crédito consignado, pois este é um mercado mais estável”, explica. É claro que, mesmo com tantos benefícios, o público da terceira idade oferece os mesmos riscos para o setor de crédito que qualquer outro. Se de um lado existe a vantagem de haver maior estabilidade de renda, por outro tem o agravante da idade.