O ano de 2015 foi marcado pela crise
econômica. E ao que parece, a crise vai continuar presente na vida dos
brasileiros em 2016. Para Manoel Felix Cintra Neto, presidente da ABBC – Associação
Brasileira de Bancos, a expectativa é de que o quadro econômico ainda não seja
revertido esse ano. E, por conta disso, ele acredita que o índice de
inadimplência deve subir, ainda que não de forma exagerada. “Esperamos para
2016 uma deterioração, ainda que não abrupta, com o índice médio chegando ao
final do ano em 5,6%“, afirma o
executivo.
O presidente da ABBC comenta que as principais razões para o
endividamento do lado das famílias são “as condições adversas no mercado de
trabalho, os efeitos da inflação elevada sobre a renda e o relativamente
elevado nível de endividamento”. A elevação da taxa dos empréstimos também é um
fator crítico, segundo Cintra Neto. Pelo lado das empresas, a queda da demanda
interna e seu impacto na geração de caixa são motivos de preocupação. Mas, para
o especialista, no fim das contas o principal fator, tanto para pessoa física
como jurídica, é o ambiente de recessão e a falta de perspectiva de que o
cenário melhore.
Para lidar com as mudanças no mercado de crédito causadas por
esse momento, na opinião de Cintra Neto, as instituições financeiras devem
retrair a oferta de crédito e investir em modalidades de menor risco. “As
instituições financeiras devem manter estratégias operacionais conservadoras,
com uma gestão de risco de crédito mais rigorosa, com a exigência de garantias
e colaterais. Deverão também manter um nível mais elevado de liquidez até haver
reversão neste quadro”, completa.