Mulheres representam 60% dos inadimplentes brasileiros, segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal ´Meu Bolso Feliz´. Já entre os adimplentes, a participação feminina cai para 52%. Considerando a condição social e a faixa etária, percebe-se maior representatividade da classe C (86%) e de pessoas entre 25 e 49 anos (65%) entre os que possuem contas em atraso.
O levantamento mostra ainda que o nível de escolaridade pode afetar o modo como um indivíduo lida com suas finanças. Quanto maior o grau de instrução da pessoa, menor a sua incidência entre o grupo de pessoas com contas em atraso. Oito em cada dez (80%) inadimplentes têm no máximo o ensino médio completo, sendo que 24% terminaram somente o ensino fundamental. “É natural que a inadimplência esteja focada nos extratos médios da sociedade, principalmente se considerarmos que esses brasileiros passaram a ter acesso a crédito barato e desburocratizado apenas em um passado recente e sem saber como utilizá-lo de maneira planejada”, avalia o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges.
Mas a inadimplência e o descontrole financeiro não são exclusividade das classes mais baixas. Em geral, quem recebe salários altos tem acesso mais fácil ao crédito e, consequentemente, mais chances de se endividar. Indivíduos das classes A e B correspondem por 14% dos inadimplentes no Brasil, segundo a pesquisa. “Com muitos zeros na conta, a preocupação com o orçamento acaba sendo menor. Ganhar muito, mas esbanjar muito é um típico exemplo de má gestão financeira”, afirma Vignoli.
A metade (50%) dos inadimplentes é casada, contra 36% de solteiros, 3% viúvos e 10% de separados. Quatro em cada dez inadimplentes (37%) são funcionários de empresas privadas e, portanto, possuem previsibilidade de renda, seguido pelos autônomos (28%), desempregados (13%) e aposentados ou pensionistas (8%).