O perfil do inadimplente

Em junho, a maior parte dos cadastros negativos concentra-se em CPFs de consumidores com mais de 65 anos de idade (24,22%), segundo indicador do Serviço de Proteção ao Crédito, SPC Brasil. A pesquisa confirma a tendência apresentada desde o início do ano e revela que a inadimplência no comércio para o mês está concentrada apenas nas dívidas com valores acima de R$ 500, com 49,54%. 
Quanto ao gênero dos consumidores com dívidas em atraso, novamente houve um ligeiro equilíbrio, também seguindo a tendência apontada desde o começo de 2013. 53,7% dos cadastros inadimplentes pertenciam a mulheres, enquanto que 46,23% pertenciam a homens.
Se por um lado foram as mulheres que mais atrasaram as dívidas no mês de junho, por outro, também foram as que mais sanaram os compromissos. De acordo com os números do SPC, as mulheres lideram a recuperação de crédito com 55,12% ao passo que homens representam 44,88% dos CPFs removidos da base de inadimplentes do SPC. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O perfil do inadimplente



A Pesquisa sobre o perfil do inadimplente é realizada pela Boa Vista Serviços, administradora do SCPC, junto a consumidores que procuram o balcão de atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). O estudo traça o perfil do inadimplente observando as causas da inadimplência, as formas de pagamento utilizadas, a intenção de pagamento e o nível de endividamento. A pesquisa foi realizada no mês de março, ouvindo cerca de 1100 consumidores. Os resultados são apresentados juntamente com o histórico recente da pesquisa. Algumas perguntas foram realizadas pela primeira vez, dessa forma não possuem ainda um histórico de comparação. 



Meios de pagamento e causas da inadimplência



A pesquisa realizada em junho de 2012 mostrou que os consumidores ficam inadimplentes em mais de um meio de pagamento. Os entrevistados citam na média 1,4 meios de pagamento causando as restrições. 41,0% das pessoas declaram ter alguma restrição gerada por uma compra realizada com cartão de crédito. Em seguida temos carnês, 29,9%, seguidos por empréstimo pessoal (21,3%), cheques sem fundo (20,1%) cheque especial (11,2%) e cartões de loja (9,5%). 

 

O cartão de crédito vem aumentando constantemente sua participação como causador das restrições, acompanhando a crescente utilização deste meio de pagamento. Formas mais tradicionais de pagamento como os carnês, cheques e cartões de loja perdem espaço como causadores das restrições.



Nas faixas de renda familiar até 3 salários mínimos a porcentagem de consumidores que declaram o cartão de crédito como causador da restrição atinge 44,7% e cai para 30,1% nas faixas acima de 10 salários mínimos. Enquanto para as faixas até 10 mínimos os carnês/boletos vêm em segundo lugar nas causas da restrição, para as faixas acima de 10 mínimos o cheque sem fundo é o segundo maior causador das restrições (27,4%).



Os entrevistados citam na média a compra de 1,4 produtos ou serviços como causadores da dívida. Para 25,6% das pessoas entrevistadas uma das dívidas não pagas originou-se das compras produtos relacionados com alimentação, como por exemplo, supermercados e hipermercados.  23,1% citam a compra de calçados e vestuário e 21,9% a compra de móveis e eletrodomésticos como os causadores das dívidas. 17,5% citam outros bens e para 16,6% as dívidas foram originadas do não pagamento de contas de concessionários de serviços públicos. Nas faixas de renda acima de 10 salários mínimos a aquisição de outros bens (17,8%) e a compra de material de construção (17,8%) lideram as citações.



O desemprego continua sendo a maior causa da inadimplência, segundo os entrevistados, representando 32,3% dos casos, mas o descontrole dos gastos subiu bastante em relação à última pesquisa e hoje praticamente empata com o desemprego, com 29,8% das citações. O empréstimo do nome é a terceira maior causa, caindo de 9,4% (março 2012) para 6,9% das observações. O desemprego é a causa mais preponderante nas faixas de renda familiar até 3 salários mínimos (39,7%). Para as faixas acima de 10 salários o descontrole financeiro aparece como a principal causa (45,2%).



Quase a metade (48,7%) dos inadimplentes declara possuir uma conta em atraso que causou a restrição. 31,7% declara possuir entre 2 e 3 contas e 19% possuem 4 contas ou mais. A maioria (29,4%) das dívidas não pagas está abaixo dos R$ 500,00, mas 17,1% possuem dívidas abertas acima de R$ 5.000,00. 16,6% entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00, 16,3% entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00. 



Condições de pagamento e endividamento



10% dos inadimplentes declaram que não terão condições de pagar suas contas em atraso. Dos outros 90% dos consumidores que possuem restrição e espera ter condições de pagar a dívida, total ou parcialmente, 32,1% deles pretende pagar à vista e 67,5% de maneira parcelada. Destes que esperam negociar as parcelas, 60,9% pretendem pagar dentro dos próximos 30 dias, 26,9% entre 30 e 90 dias, 7,3% entre 90 e 180 dias e 4,9% negociaram prazos superiores a 180 dias.



Quando perguntados sobre o nível de endividamento e o comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas, 25,4% dos consumidores inadimplentes se declaram muito endividados, 30,8% acreditam estar mais ou menos endividados e 32,2% se declaram pouco endividados. Em março de 2012 eram menos consumidores muito endividados (22,2%).



Quanto à parcela da renda comprometida com dívidas (somando todas as suas dívidas, com restrição ou não) 27,0% declaram que mais da metade da renda familiar mensal está comprometida com o pagamento de dívidas. Esse número era de 23,7% em março de 2012.  33,6% declaram que até 1/4 da renda está comprometida com o pagamento de dívidas e 39,4% declara ter entre ¼ e metade da renda familiar comprometida.



Situação atual e expectativas 



Aumentou o percentual de inadimplentes que declaram que as dívidas de hoje aumentaram quando comparadas com às do ano anterior. 38,4% dos entrevistados declararam que as dívidas aumentaram, esse percentual era de 29,7% em março de 2012. Para 33,8% as dívidas diminuíram (contra 33,3% em setembro). Para os que julgam que continuaram iguais a parcela passou de 37,1% para 27,8%.



Caiu a proporção de inadimplentes que julga que a sua situação financeira é melhor hoje do que no ano anterior. Em março de 2012 eram 49,4% que declaravam que a sua situação financeira atual é melhor do que há de um ano atrás. Em junho esse número caiu para 37,4%, enquanto a proporção dos que acreditam que a situação está pior passou de 17,2% para 21,2%. 



Também diminui a porcentagem dos inadimplentes que acredita que a situação financeira estará melhor no próximo ano. 73,3% acreditam que a situação deve estar ainda melhor no próximo ano, contra 82,1% em março de 2012. 


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O perfil do inadimplente

Em setembro deste ano o Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo, ACSP, e a Boa Vista Serviços realizaram uma pesquisa para identificar o perfil do inadimplente. Além disso, a pesquisa mostra as causas do endividamento, a forma de pagamento utilizada e a intenção do pagamento e de realização de novas compras. O  presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato, diz que, embora o desemprego continue a ser a principal causa da inadimplência para 55% dos entrevistados, 77% dos que atribuíram o não pagamento à perda de emprego pessoal ou de alguém da família,  já  se encontra novamente empregada, mostrando que a oferta de emprego ainda está bastante positiva. 
Outro ponto a mencionar, segundo o presidente da ACSP, é o de que 63% dos ouvidos pela pesquisa pretende quitar seus débitos nos próximos 30 dias, sendo que 85% deles vão usar o salário para pagar suas dívidas, cortando gastos para poder fazê-lo. “Esse é um bom exemplo que deveria ser seguido pelos governos: cortar gastos para reduzir  dívidas”, afirma Rogério Amato. 
O descontrole de gasto apresentou aumento de 11% em setembro de 2010, para 18% no mês passado, mostrando que a facilidade de crédito resultou em maior endividamento do consumidor. O presidente  da Associação observa, contudo, que nos últimos meses, os bancos e o varejo se tornaram mais seletivos na concessão de crédito, o que deve se refletir nas próximas pesquisas. 
Rogério Amato destaca que aumentou a utilização do Empréstimo Consignado, de 16% para 24% em setembro último, destacando-se as mudanças ocorridas no uso dos recursos obtidos. Quitar  dívidas continuam sendo a principal finalidade desse tipo de empréstimo para 58% dos entrevistados, seguida da “compra de produtos” para 19%, caindo a participação dos itens “ajudar a família”, “reforma de imóvel e outros”. “Provavelmente, parte do consignado foi utilizada para pagar dívidas que possuem juros mais elevados, o que acaba representando um alívio para o consumidor”, afirma Amato.
Embora tenha aumentado o número dos pesquisados que afirmaram não pretender fazer compra a prazo nos próximos meses, 57% deles consideram que a sua situação financeira atual está melhor em relação ao ano passado, o que deve ser explicado pelo crescimento do emprego e os aumentos de salários. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima