O avanço da medicina, a melhora nos índices da expectativa de vida no Brasil, dentre outros fatores, levam a população idosa a crescer gradativamente com o passar dos anos. Esse cenário, aliado ao bom momento da economia brasileira e o conseqüente aumento da oferta de crédito, faz com que a terceira idade se torne um dos alvos das instituições financeiras na prospecção de novos negócios. “A população idosa vem demonstrando maior disposição em buscar crédito, fato marcado pela melhor qualidade de vida dessa faixa etária. As oportunidades de crescimento aliam-se ao movimento de expansão do crédito, com taxas mais competitivas, sendo a compra de produtos e serviços, gastos com saúde e empréstimos para familiares, tidos como os principais motivos que levam os aposentados a buscar esse tipo de financiamento”, aponta Marcelo Carneiro Costa, Superintendente Comercial do Banco Cooperativo do Brasil S/A – Bancoob, provedor dos produtos e serviços para as cooperativas do Sicoob, Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil.
A participação ativa do idoso na tomada de crédito foi, consideravelmente, impulsionada pelo governo ao estabelecer a lei 10.820 de 2003, que permitiu o convênio das instituições de crédito com o INSS, através da autorização do desconto de prestações diretamente na folha de pagamento dos aposentados, o crédito consignado. A medida aqueceu a economia do País e favoreceu o mercado, como verifica Marcio Desideri, executivo comercial do Grupo P&N, especializado em software para gestão de crédito consignado. “Foi um estouro. O crédito barato para fomentar o consumo foi um dos fatores de aceleração da economia. Os bancos iniciaram a ´corrida do ouro´, pois, se criou um mercado potencial de mais de 27 milhões de consumidores. Os idosos se tornaram a ´matriz´ do crédito na família, pois na maioria das vezes, por ter o crédito facilitado, acabam consumindo para familiares”, afirma.
Dados do INSS apresentados por Marcelo Carneiro Costa do Bancoob ajudam a constatar o advento da modalidade de crédito consignado nos últimos anos e sua provável continuidade. “Somente no ano passado foram contratados cerca de R$ 28,4 bilhões na modalidade de crédito consignado para aposentados e pensionistas. Este valor supera em 6% o montante das operações feitas em 2010, quando foram liberados aproximadamente R$ 26,8 bilhões. As operações aprovadas até agosto de 2012, já representam R$ 22 bilhões nesta modalidade. Para se ter uma ideia, só no mês de agosto de 2012, foram emprestados R$ 2,6 bilhões, superando em 13% o montante das operações registradas no mesmo mês do ano de 2011, quando foram contratados R$ 2,3 bilhões”, comenta.
Mesmo diante desses números, ainda se nota uma falta de ações que possam melhor educar a terceira idade nas questões que envolvem a tomada de crédito e suas conseqüências diretas. Para muitos idosos, principalmente por terem nascido em uma época em que não havia crédito no Brasil, toda essa situação é nova. “Falta muito conhecimento para esse público em como mexer com crédito. Eu acho que a falta de informação, de notícia, específica para esse público torna o aprendizado mais difícil e numa idade onde as pessoas estão mais vulneráveis. Então, acabam sendo prejudicadas nessa relação com o crédito”, enfatiza o economista da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida.
Com o foco nessas questões atuais e de extrema importância para a gestão de crédito e cobrança, para as corporações e seus executivos, o portal Crédito e Cobrança traz com exclusividade reportagens especiais que detalham o cenário de crédito para terceira idade. Através de depoimentos de economistas, superintendentes e gestores de finanças, a questão da participação dos idosos no mercado de crédito brasileiro é discutida com as suas diferentes variáveis, o seu impacto e abrangência. Acompanhe!
Aumento da participação da terceira idade no mercado, proporciona nova gama de clientes para as empresas de crédito e cobrança
Ascensão do crédito para a terceira idade favorece a aceleração da economia brasileira
Para lidar com as ofertas de crédito, terceira idade precisa ter entendimento e controle financeiro
No Brasil, a previsão é que terceira idade movimente cerca de R$ 400 bilhões até o final de 2012