O setor de crédito automotivo pode apresentar altas ou quedas, quando menos se espera – um alarde as entidades de crédito e cobrança, as quais devem se ajustar ao momento do mercado. De acordo com especialistas, o cenário está mais cauteloso em decorrência da alta inadimplência do ano passado, aliado a deterioração econômica no primeiro semestre deste ano. Porém, além da expectativa de retomada de um crescimento mais expressivo ainda este ano, a ocasião mostrou que as financiadoras e recuperadoras estão trabalhando de forma mais assertiva o crédito.
Devido a alta inadimplência decorrente de 2012, aliada ao baixo crescimento do PIB e, a queda na confiança do consumidor , o mercado de crédito automotivo vem sofrendo ajustamentos desde o mesmo ano, de certa forma, uma contribuição ao setor, como avalia o o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, Acrefi, Nicola Tingas Tingas. “Este ajustamento, nos conceitos de risco, se mostrou eficaz porque a qualidade do crédito melhorou, ou seja, os novos tomadores de crédito pagaram as suas parcelas”, explica. Para Tingas o consumidor ainda está “às voltas com o saneamento financeiro, com redução de despesas”, porém os atrasos entre 15 a 90 dias, num conjunto, ainda tem um nível alto. “Há um trabalho importante a ser feito pelas empresas de crédito e cobrança, os próprios bancos têm feito”, completa.
De acordo com o economista, o atual cenário revela que as instituições devem ajudar o consumidor a equacionar suas dificuldades e melhorar as situações das carteiras. “Os desafios das empresas de crédito e cobrança estão sendo, primeiro, conceder um crédito adequado, ou seja, aquele crédito que foi concedido lá atrás – 60 meses e sem entrada para o parcelamento do pagamento de veículos-, se provou um crédito inadequado”, afirma. Segundo Tingas, o tomador deste tipo de crédito foi um dos protagonistas desta maior inadimplência.
Para o superintendente executivo da Santander Financiamentos, André Novais, as melhorias das empresas de crédito e cobrança estão na qualidade de ativos de forma geral. “Um dos principais fatores foi a mudança na política de concessão de crédito aos indivíduos. Se priorizou créditos de até 48 meses de duração e se incrementou o percentual de entrada exigido”, diz. Para o executivo, tais fatores fizeram com que a qualidade das operações melhorasse.
Expectativas
As perspectivas do mercado para 2014, de acordo com o economista da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, são de uma continuidade do cenário atual de crescimento baixo, ente 2,0% e 3,0%, “o que deve refletir no menor aumento do emprego e da renda, inclusive o de veículos, com um ritmo de vendas muito próximo ao que se observa no momento, com expansão na casa de 3% a 4% das vendas”, afirma.
A vez das recuperadoras
Em vista do grande estoque referente aos financiamentos antigos, resultado do aumento do nível de inadimplência em 2012, as empresas de cobrança de crédito encontram um mercado aquecido. O cenário, ainda de acordo com Solimeo, “oferece boas possibilidades para as recuperadoras”, diz.
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Mercado de crédito automotivo continua aquecido, porém com menor crescimento se comparado a passado recente
Entidades de cobrança e crédito têm como desafio ajudar o consumidor a equacionar as dificuldades com o crédito automotivo
Mercado de crédito automotivo deve retomar crescimento mais expressivo em 2014