O ano de 2015 registrou altos índices de inadimplência, causados pela situação de recessão na economia. Com o mercado desaquecido e os juros em alta, a tendência para a inadimplência em 2016 não ficará muito diferente do que foi no ano passado. Segundo o economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife, apesar de as concedentes de crédito estarem mais seletivas e os consumidores estarem mais cautelosos, “em 2016 a inadimplência deve seguir tendência de alta semelhante à observada ao longo de 2015”.
Ele acredita que o índice de inadimplência de pessoas físicas deve terminar o ano em torno de 6,5% e, já para pessoas jurídicas, a expectativa de inadimplência gira em torno de 5%. Os fatores que causarão esse quadro, na opinião de Calife, são basicamente os mesmos que levaram os índices a serem altos em 2015. Para as dívidas de consumidores, os principais fatores devem ser o mercado de trabalho enfraquecido e os juros em alta, já para as empresas a causa deve ser a fraca atividade econômica, que prejudica a geração de fluxo de caixa.
Diante desse cenário, a concessão de crédito se torna mais arriscada, já que tomar crédito atualmente pode ser visto pelos consumidores como uma forma de complementar a renda. Por isso, Calife acredita que as instituições financeiras devem rever seus modelos. “As concedentes devem calibrar seus modelos preditivos de concessão, além de buscar outras ferramentas analíticas que possam maximizar os ganhos na prospecção de clientes e minimizar os riscos e em caso de inadimplência aplicar modelos eficientes de recuperação do crédito”, completa o executivo.