Com o intuito de impulsionar a economia, as medidas anunciadas pelo Banco Central também estão apresentando mudanças no setor automotivo. De acordo com Luiz Carlos Lemos, especialista em finanças e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, a redução nas taxas de juros do financiamento de automóveis, anunciada pelos principais bancos do País, significa um ajuste positivo, pois tende a reanimar a demanda, mas isso ainda vem acontecendo de forma tímida. “Não creio que haja um grande impacto, pois, nos últimos anos, a elevada demanda no setor automobilístico, realizou o consumo de muitos brasileiros, que por sua vez, não deverão voltar às compras tão cedo, uma vez que o automóvel é um bem de consumo durável”, comenta.
Sobre como o relacionamento com a instituição financeira pode ajudar o consumidor a conseguir um financiamento vantajoso, Lemos afirma ser importantíssimo. No entanto, para ele, o chamado cadastro positivo, que auxilia nesse sentido, ainda deixa a desejar. “O cadastro positivo no Brasil ainda é muito incipiente e na prática não tem ajudado muito na redução das taxas, mas é sempre possível extrair alguma vantagem quando o relacionamento com o sistema financeiro é bom”, explica.
Ainda de acordo com o professor, incentivar o consumidor a financiar um veículo oferecendo taxas menores pode representar algum risco de inadimplência uma vez que as previsões de crescimento da economia estão próximas à zero. “Em uma eventual recessão é possível que haja desemprego e a consequência mais imediata é a inadimplência nos empréstimos e financiamentos bancários”, afirma.