Estudo da Recovery aponta que mercado está aquecido e alcançou, mais de R$ 35 bilhões de créditos inadimplidos disponibilizados para venda de janeiro a junho
De acordo com levantamento feito na base da Recovery, empresa do Grupo Itaú e especializada em recuperação de crédito no Brasil, a venda de carteiras inadimplentes por parte de grandes empresas cedentes atingiu R$ 17 bilhões de janeiro a junho deste ano. Ao comparar o primeiro trimestre do ano com o segundo, houve um crescimento de 31%.
Além disso, a sondagem ressalta o aumento de disponibilidade, ou seja, o total colocado à venda por empresas cedentes, mas que não necessariamente foi vendido. O primeiro semestre de 2023 registrou R$ 35 bilhões de crédito disponível para venda, contra R$ 32 bilhões no mesmo período do ano passado.
Carteiras de cartões de crédito
Um dos destaques é que nos primeiros seis meses deste ano, R$ 13 bilhões de crédito disponibilizado teve sua origem em carteiras de cartões de crédito. Ou seja, 36% do volume disponibilizado, fazendo dele o principal produto dentro do mercado de cessão. “Estes dados reforçam a representatividade do produto ‘cartão de crédito’ dentro do mercado de crédito brasileiro e consequentemente sua representatividade no cenário de inadimplência. Além disso, vale destacar que esse é um produto que teve uma concessão maior por parte dos bancos, por isso, agora estamos vendo esse reflexo aqui na venda de carteiras, uma vez que os bancos são os principais cedentes, no Brasil, hoje em dia”, analisou Bruno Russo, diretor comercial e de tecnologia da Recovery.
Outro dado que o levantamento aponta é o aumento do valor colocado à venda na categoria de dívida já renegociada que são carteiras compostas por clientes que chegaram a fechar um acordo de renegociação com os bancos, mas não conseguiram prosseguir com o pagamento. Só nesta categoria, a Recovery registrou 4 bilhões disponibilizados no primeiro semestre – um aumento de 400% em relação ao primeiro semestre de 2022. “Acreditamos que com o aumento do endividamento o cliente não conseguiu cumprir com o acordo feito com o credor. Ou seja, existe a intenção do cliente pagar, por isso essa carteira aumentou, mas ainda há a dificuldade do cliente em colocar a parcela no seu orçamento. Com isso, ele não consegue honrar com a sua renegociação e acaba ficando inadimplente novamente”, concluiu Bruno.