Eduardo Abreu, diretor comercial da ADSPlay

Dados e fator humano redefinem o sucesso comercial

Ferramenta nenhuma substitui o olho no olho, o entendimento do tom do cliente, a leitura do não dito

Autor: Eduardo Abreu

Em um mercado mais competitivo, a eficácia comercial não está mais em discursos engessados ou na pressão por metas. O jogo mudou. O sucesso da área comercial hoje é determinado pela capacidade de unir o poder dos dados à insubstituível conexão humana, traduzindo um olhar estratégico que realmente agrega valor ao cliente.

O approach eficaz atualmente é aquele que foge do discurso ensaiado. O cliente moderno, bombardeado por informações, percebe instantaneamente se você está ali para vender ou para resolver. O que funciona é ter contexto, escuta e clareza, mostrando que o parceiro comercial entende o negócio do cliente e está pensando junto, simplificando o caminho e não o complicando ainda mais.

Este novo cenário exige um bom equilíbrio entre tecnologia e relacionamento humano. A tecnologia, com IA, CRM e automação, ajuda e muito, mas não cria conexão. Ferramenta nenhuma substitui o olho no olho, o entendimento do tom do cliente, a leitura do não dito. A tecnologia deve ser vista como um acelerador de eficiência, usada para tomar decisões e ganhar tempo, colaborando para que o caminho entre profissionais possa ter confiança e construir a relação.

Em um mercado saturado, os diferenciais não estão mais apenas no produto, mas na postura: saber ouvir e não somente disparar informações comerciais, ser ágil e ter verdade no discurso. Quando o cliente entende que você vai falar o que precisa ser dito, mesmo que ele não queira ouvir, nasce a confiança. Este é o ativo mais caro de qualquer operação comercial.

Essa performance comercial, aliás, é um espelho da cultura corporativa. Vender é reflexo da cultura. Se o time acredita no que entrega, a conversa flui. Se o propósito está só no PowerPoint, o cliente sente. Uma cultura de “crescer junto” – cliente, time, empresa, traduz-se em uma conversa autêntica que muda o jogo.

Olhando para o futuro, a área comercial continuará ganhando espaço para quem souber equilibrar a eficiência impulsionada pela IA, além da empatia, que é um requisito básico para quem trabalha com vendas. As tendências mostram que o comercial do futuro é o que usa dados para prever e pessoas para interpretá-los, mantendo o diferencial em quem tem visão e tato.

Para empresas que querem se destacar, a mensagem é clara: cuide bem do seu time e dos seus clientes. Sem um, não se tem o outro. É fundamental parar de achar que vender é convencer. Vender é entender. Quando o cliente sente que o foco é resolver o problema dele, e não apenas bater meta, o negócio acontece naturalmente, solidificando uma parceria estratégica e duradoura.

Eduardo Abreu é VP de vendas e marketing da Adsplay.

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