Maioria dos varejistas afirmam utilizar IA, principalmente no marketing e no atendimento

Pesquisa realizada pela Zucchetti em parceria com a Central do Varejo ouviu 373 profissionais do setor em 21 estados brasileiros e no DF

A adoção de inteligência artificial no varejo brasileiro já é uma realidade: 59% das empresas do setor afirmam utilizar soluções baseadas em IA, enquanto 90% pretendem ampliar o uso ou investimento nos próximos meses. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Zucchetti Brasil, em parceria com a Central do Varejo. 

De acordo com a pesquisa, as aplicações nas áreas de marketing e conteúdo (57%), sumarização de textos e transcrições (54%) e atendimento ao cliente (54%) foram as mais citadas pelos varejistas. A pesquisa também questionou sobre os tipos de inteligência artificial adotados. Entre os que já utilizam a tecnologia, 63% mencionaram a IA generativa, enquanto 38% citaram o aprendizado de máquina, 31% o processamento de linguagem natural, 14% a visão computacional e 14% a robótica autônoma.

Ainda conforme o levantamento, para 87% dos entrevistados, a utilização de IA aumentou a eficiência das empresas, enquanto 73% acreditam que a área de atendimento ao cliente é a que mais oferece oportunidades de aprimoramento com a adesão da tecnologia. Já entre as companhias que ainda não utilizam inteligência artificial, 70% afirmaram que isso ocorre por desconhecimento, e 60% apontaram o investimento em capacitação e treinamento como o primeiro passo para mudar esse cenário.

Mudança estrutural e oportunidades

Para Bernardo Rachadel, diretor de varejo da Zucchetti Brasil, os resultados refletem uma mudança estrutural na forma como o setor encara a inovação. “O varejo brasileiro entra em uma nova etapa de maturidade digital, em que a inteligência artificial deixa de ser vista como tendência e passa a ser aplicada de forma prática, gerando resultados concretos em eficiência e relacionamento com o cliente. O foco em áreas como marketing e atendimento mostra que as empresas estão usando a tecnologia para compreender melhor o comportamento do consumidor e oferecer experiências mais personalizadas”.

O executivo destacou, ainda, que a IA tem potencial para transformar desde o planejamento de demanda e a precificação dinâmica até a gestão de compras e o monitoramento de estoques em tempo real no varejo. “Também enxergamos oportunidades em treinamento de equipes, suporte ao pós-venda e análise preditiva de comportamento, que podem trazer ganhos expressivos de produtividade e fidelização. O desafio agora é expandir o uso da tecnologia, integrando-a à estratégia de negócios de ponta a ponta”.

Na avaliação do CEO e cofundador da Central do Varejo, Daniel Zanco, o setor vive um momento de forte pressão,  seja pelos custos de mão de obra, pela concorrência internacional ou por outros desafios que impactam diretamente as margens, e precisa investir em soluções que ajudem a ampliar a produtividade e a competitividade das operações. “Nesse cenário, torna-se essencial fazer mais com menos, ampliar a capacidade de atendimento das equipes e otimizar processos. É justamente aí que a inteligência artificial se apresenta como uma aliada estratégica, capaz de empoderar os times de loja, aumentar a eficiência operacional e fortalecer a competitividade das empresas nesse mercado cada vez mais desafiador”.

Destaques da pesquisa

Adoção e expansão: 59% das empresas do varejo já utilizam soluções de inteligência artificial; 90% pretendem ampliar o uso ou investimento nos próximos meses; 87% afirmam ter ganhos de eficiência com a tecnologia.

Principais áreas de aplicação: marketing e conteúdo (57%); sumarização de textos e transcrições (54%); atendimento ao cliente (54%)

Outras aplicações citadas: automatização de relatórios (33%); personalização da experiência do cliente (31%); análise de tendências (31%); geração de conteúdos para e-commerce (21%); gestão de estoque (19%); previsão de demanda (17%); prevenção à fraude (17%); logística e entrega (12%).

Metodologia

O levantamento ouviu 373 profissionais do setor em 21 estados e no Distrito Federal, entre os meses de junho e agosto de 2025. Entre os entrevistados, 67% atuam em pequenas e médias empresas, enquanto 33%  em grandes corporações.

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