O futuro financeiro será cada vez mais inclusivo, transparente e interoperável
Autor: Juarez Borges Filho
O Web Summit Rio 2025 deixou claro: estamos vivendo uma nova era nos meios de pagamento. Com uma programação intensa e a presença de gigantes da tecnologia global, o evento reforçou o protagonismo da América Latina no cenário de inovação financeira. Fintechs, bancos digitais, reguladores e grandes empresas discutiram soluções que vão muito além da digitalização, abordando Inteligência Artificial, descentralização, inclusão financeira e a ascensão de novas infraestruturas como o Drex.
Não é novidade que o setor de pagamentos está em plena transformação. Nesta “revolução dos pagamentos”, o que me chamou bastante atenção durante o evento é como a Inteligência Artificial vem sendo utilizada para ampliar a segurança, prever comportamentos de consumo e tornar as análises de crédito mais eficientes. Podemos considerar como um salto quântico em termos de personalização e eficiência, tendo um impacto direto na forma como consumidores e empresas lidam com transações financeiras.
No palco principal e nos painéis paralelos, especialistas mostraram como a IA vem otimizando desde a detecção de fraudes até a precificação de produtos financeiros com modelos que aprendem e se adaptam em tempo real.
Neobanks, embedded finance e a nova experiência do usuário
Outro grande foco foi a ascensão dos neobanks e do conceito de embedded finance. Se os bancos digitais já consolidaram sua relevância ao oferecer serviços sem a necessidade de agências físicas, o próximo passo é ainda mais ousado: integrar serviços financeiros diretamente em plataformas de varejo, logística, saúde e outros setores.
Essa tendência aponta para um futuro em que a experiência do consumidor será totalmente fluida para pagar, investir, parcelar ou acessar crédito — tudo isso sem sair do aplicativo utilizado no seu dia a dia.
Drex é o destaque
O painel que contou com a presença de Henrique Videira, do Banco Central, debatendo os próximos passos do Drex foi um dos momentos que mais chamou atenção. A moeda digital brasileira, baseada em tecnologia de registros distribuídos, será um dos principais pilares da transformação do sistema financeiro nacional.
A proposta do Drex é ampliar a competitividade entre instituições, promover inclusão e reduzir custos operacionais com mais segurança e transparência. Para fintechs e empresas de tecnologia, isso representa a abertura de novos modelos de negócio e integração com a economia digital de forma mais fluida e confiável.
Cripto, stablecoins e DeFi: descentralização como motor de acesso
Também tivemos espaço para debates sobre criptoativos, stablecoins e DeFi. A descentralização foi apresentada como uma ferramenta de ampliação do acesso a serviços financeiros, especialmente em regiões desbancarizadas.
A regulação desses ativos ainda é um desafio em evolução, mas a mensagem foi clara: o futuro financeiro será cada vez mais inclusivo, transparente e interoperável.
Em resumo, o Web Summit Rio 2025 não foi apenas uma vitrine para tecnologias emergentes, foi uma chamada à ação para o setor de pagamentos repensar suas bases.
O futuro será construído com colaboração entre players tradicionais e inovadores, com foco na experiência do usuário, inclusão e sustentabilidade dos sistemas financeiros.
Juarez Borges Filho é general manager da Checkout.com.