Talita Castro, CEO do PiniOn

Pesquisa revela o lado emocional sobre o uso da IA no Brasil

Levantamento realizado pelo PiniOn mostra que, embora 1 em cada 3 pessoas já utilize IA no dia a dia, preocupações com relações humanas e desconforto na interação ainda são barreiras relevantes

O avanço da inteligência artificial na rotina dos brasileiros é inegável, mas o entusiasmo pela tecnologia vem acompanhado de preocupações. Um levantamento inédito realizado pelo PiniOn, empresa de pesquisa de mercado especializada em dados competitivos e comportamentais, revela que 33% dos brasileiros já utilizam IA com frequência e apesar da familiaridade crescente com ferramentas como o ChatGPT, citado por 51,5% dos entrevistados como a primeira IA que vem à mente — o desconforto ainda é alto, principalmente entre as mulheres. 

Enquanto 43,1% dos homens afirmam se sentir sempre confortáveis interagindo com a IA, essa taxa cai para 33% entre as mulheres. As motivações para isso também se diferenciam: homens temem se tornar dependentes da tecnologia, enquanto mulheres apontam a perda da capacidade crítica como o principal possível malefício.

Para Talita Castro, CEO do PiniOn, os dados mostram que o brasileiro está disposto a experimentar novas tecnologias, mas deseja que isso aconteça com ética, inclusão e responsabilidade. “A percepção de gênero que identificamos na pesquisa é um reflexo importante de como experiências distintas moldam a relação com a tecnologia. As mulheres demonstram mais desconforto e receio sobre os efeitos da IA no pensamento crítico, o que reforça a necessidade de desenvolver soluções que se adequem aos diferentes públicos “.

Outro ponto revelado pelo estudo é a preocupação com o impacto da IA nos relacionamentos interpessoais e na vida profissional. Para 45,6% dos entrevistados, o distanciamento humano — tanto pessoal quanto profissional — é o maior risco relacionado à tecnologia. Em seguida, aparecem o medo de ser substituído no emprego (35,7%) e de ser considerado menos competente por usar ferramentas de IA (35,7%). 

Brasileiros veem potencial positivo na IA

Embora existam preocupações, há também espaço para otimismo e integração da IA na vida cotidiana. O uso da tecnologia aparece com mais força entre os mais jovens (18 a 34 anos), principalmente para fins educacionais. Já entre os adultos com mais de 35 anos, o foco está no trabalho. Além disso, 37% afirmam usar a tecnologia todos os dias, e 70,5% relatam que recorrem à IA apenas para esclarecer dúvidas sobre assuntos específicos.

A pesquisa também demonstrou que 61,6% dos entrevistados acreditam já ter falado com uma IA sem saber, e metade dos usuários diz que precisa de 2 a 3 prompts para obter a resposta desejada. “Com os dados, observamos que a confiança do brasileiro depende menos da tecnologia em si e mais de como ela é comunicada e aplicada. A IA está na rotina, mas só será plenamente adotada quando houver transparência sobre o uso de dados e cuidado nas soluções”, explicou Talita.

Metodologia

O levantamento foi realizado, no mês de maio de 2025, por meio do aplicativo mobile do PiniOn, com 917 entrevistados em todas as regiões do Brasil, compondo uma amostra representativa da população brasileira.

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