Eric Garmes, CEO da Paschoalotto

Por que as empresas que colocam o cliente no centro saem na frente?

Quando uma empresa conhece bem seu cliente, seus históricos, preferências, dores e expectativas, ela se antecipa, responde com mais eficiência e cria experiências memoráveis

Autor: Eric Garmes

Em um mundo em que a atenção é a moeda mais disputada e a lealdade do consumidor se fragmenta em cliques, likes e experiências, o diferencial não está mais no que se entrega, mas em como se constrói a relação. No centro dessa nova lógica de negócios está o gerenciamento do relacionamento com o cliente, que deixou de ser uma ferramenta técnica para se tornar uma estratégia vital de sobrevivência e crescimento sustentável.

Não se trata apenas de armazenar dados, mas de interpretar comportamentos, antecipar necessidades, criar proximidade e gerar valor contínuo. Em mercados cada vez mais voláteis e imprevisíveis, a vantagem competitiva está na capacidade de transformar cada interação em conexão — e cada conexão em fidelização.

É uma decisão diária em priorizar o cliente como o eixo de todas as decisões — da criação de produtos ao pós-venda, passando por cada ponto de contato. É entender que o relacionamento é construído no detalhe: na linguagem de um e-mail, na agilidade de um atendimento, na precisão de uma oferta. Pequenos gestos, quando bem orquestrados, constroem grandes vínculos.

Vivemos hoje uma nova fase da gestão de clientes: a era da personalização em escala. Soluções baseadas em inteligência artificial, machine learning e automação de processos tornaram possível analisar volumes gigantescos de dados em tempo real, gerar insights acionáveis e entregar comunicações ultradirecionadas e tudo isso sem perder o toque humano — que, aliás, nunca foi tão valorizado. O desafio está em encontrar o equilíbrio: usar a tecnologia para escalar o cuidado, e não substituir o relacionamento.

O gerenciamento do relacionamento com o cliente não é sobre “qual sistema usar”. É sobre como a organização enxerga seu consumidor. É sobre quebrar silos, integrar áreas, redefinir fluxos e — acima de tudo — mudar a mentalidade de que o relacionamento acontece apenas na ponta. Ele começa antes da primeira venda e continua muito além do “obrigado pela compra”.

É também uma forma de reduzir atrito, prevenir crises e aumentar a confiança. Uma reclamação mal resolvida ou um atendimento genérico podem colocar a reputação de uma marca em xeque. Por outro lado, quando uma empresa conhece bem seu cliente — seus históricos, preferências, dores e expectativas —, ela se antecipa, responde com mais eficiência e cria experiências memoráveis.

O resultado? Clientes que não apenas voltam, mas que recomendam. Clientes que não apenas consomem, mas que confiam. E confiança, no fim do dia, é a métrica que move tudo.

Por isso, organizações que desejam ser relevantes nos próximos anos não podem tratar o gerenciamento de relacionamento com o cliente como um projeto pontual ou responsabilidade de um único setor. Isso deve estar no DNA da empresa, refletido em sua cultura, seus processos e suas lideranças.

A era do relacionamento reativo acabou. A nova era é proativa, inteligente, personalizada e, acima de tudo, humana.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto.

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