Marina Pereira, gerente de pesquisa & desenvolvimento da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil

Automação avança no cotidiano dos brasileiros

Estudo da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil mostra que o acesso à internet se consolida como infraestrutura básica para a transformação digital entre o público consumidor

A digitalização da vida cotidiana ganhou força no Brasil nos últimos oito anos. É o que revela o “Índice de Automação de Consumidores”, levantamento da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. O estudo acompanha, desde 2017, a incorporação de tecnologias e recursos automatizados em diversas esferas da vida dos consumidores como compras, saúde, mobilidade, educação e relações sociais.

O índice serve como termômetro da adesão dos brasileiros às soluções digitais. “A automação deixou de ser um diferencial e passou a compor a rotina das pessoas em múltiplos aspectos. O acompanhamento ao longo do tempo permite mapear desigualdades no acesso à tecnologia e apoiar políticas de inclusão digital” afirmou Marina Pereira, gerente de pesquisa & desenvolvimento da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.

A pontuação varia de 0 a 1, sendo que o índice mais próximo de 1 tem maior nível de automação, tecnologia e digitalização adotado pelo consumidor. A amostra da edição 2024 entrevistou 4,2 mil consumidores em todo o País, a partir de 18 anos de idade até 50+, com metodologia quantitativa em coleta de dados por meio de painel online.

Conectividade

Segundo os dados mais recentes, referentes a 2024, a conectividade segue como o aspecto mais avançado. O acesso à internet, que registrava índice de 0,48 no início da série histórica, atingiu 0,72 neste ano — alta de 50%. Para a associação, o resultado indica a consolidação da internet como infraestrutura básica para as demais transformações digitais.

Outro destaque do levantamento aparece no uso de aplicativos. A categoria avançou de 0,17 em 2017 para 0,41 em 2024, refletindo o aumento expressivo do uso de plataformas de mensagens instantâneas, redes sociais, serviços de entretenimento e mobilidade urbana.

Aplicativos

O uso de aplicativos tem crescimento constante ano a ano – de 0,17 para 0,41 em 2024 – como reflexo da popularização de aplicações de mensagens, redes sociais, entretenimento e mobilidade.

Itens pessoais

Embora ainda permaneça em patamar baixo, o uso de dispositivos conectados à saúde e bem-estar cresceu de 0,1 para 0,13.

Residência

Um dos itens que surpreenderam foi o de automação de residências, com recuo leve de 0,18 e 0,14. O uso de digitalização, no entanto, permaneceu estável em itens como lâmpadas, mas houve desaceleração em equipamentos de segurança como, por exemplo, portão automático, alarme, circuito interno de câmeras.

Veículos

A conectividade e sensores nos veículos permanece em ascensão gradual, saindo de 0,06 em 2017 para 0,12 em 2024.

Crescimento por regiões

Todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento significativo no índice ao longo dos oito anos analisados, o que reflete ampla expansão da automação e digitalização no cotidiano da população, ainda que em diferentes ritmos. O destaque fica na convergência dos índices em 2024, com todas as regiões se aproximando da média nacional ao mostrar que a automação não é mais restrita a centros urbanos ou regiões mais ricas.

O Sudeste é a região que ultrapassa a média nacional, com maior nível de automação ao longo de toda a série. Atingiu o índice de 0,31 em 2024.

O Nordeste avançou de 0,12 em 2017 para 0,29 em 2024. O resultado mostra que a digitalização está avançando de forma mais equilibrada pelo País. Já o Norte partiu do menor patamar em 2017 – 0,11 – e alcançou 0,28 em 2024. Apesar de ser a última região no ranking, foi a que mais reduziu sua distância em relação às demais, demonstrando progresso significativo na inclusão digital e no acesso a tecnologias.

Uma evolução expressiva foi observada na Região Sul, que avançou de 0,14 para 0,30. O Centro-Oeste também acelerou em conectividade e acesso a dispositivos digitais, saltando de 0,13 para 0,30.

“O índice nacional, portanto, dobrou no período avaliado, de 2017 a 2024, o que reflete uma sociedade mais conectada e integrada ao ambiente digital. Regiões que historicamente estavam mais distantes dos grandes centros, como o Norte e o Nordeste, mostraram avanços importantes e reduziram suas distâncias em relação ao Sudeste e Sul”, concluiu Marina.

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