- Caio Túlio Costa: professor da Faculdade Cásper Líbero – SP
- Marcelo Coutinho: professor da FGV – SP
- Romeo Busarello: professor da ESPM e IBMEC
- Silvio Meira: professor da Universidade Federal de Pernambuco
Já não se discute a importância das Redes Sociais no comportamento das pessoas e a influência das ferramentas da Web 2.0 em nossas vidas. A questão agora é como utilizar estes novos recursos e qual o impacto nos negócios e nas relações interpessoais daqui para frente.
Sem dúvida, um dos maiores benefícios é a colaboração. A possibilidade de interagir e compartilhar alterou o sentido das inovações, que agora vem dos usuários para as empresas. Um nova dinâmica com diferentes perspectivas de aplicação prática.
Pois bem, o jornalista Manoel Fernandes aproveitou a nova onda e fez uma demonstração utilizando o próprio tema. Reuniu um time de treze profissionais do comunicações, do qual eu tive a honra de participar, e organizou um livro colaborativo – “Do Broadcast ao Socialcast”, um belo ensaio sobre este fenômeno do século XXI.
Para iniciar o caminho, Herberto Yamamuro relembra os conceitos revolucionários do líder da NEC, Koji Kobayashi. Um visionário que apontava a convergência digital como o começo de tudo, há mais de 40 anos.
Na sequência, Bruno Fiorentini, o ex-presidente do Yahoo! Brasil, questiona “Que mundo novo é este?” através de um episódio que ocorreu com ele próprio. Uma foto de uma situação inusitada que percorreu o mundo na velocidade da Internet.
O professor e jornalista Caio Túlio Costa desafia os tradicionais padrões da mídia e aborda um tema bastante sensível: “Moral Provisória 2.0”. Qual o impacto da internet na programação das TVs e nos valores do mercado editorial? Um tema importante para discussões profundas.
Marcos Souza Aranha, da agência iChimps, fala sobre o conceito de marketing de engajamento, das mudanças de perfil de consumo, o senso de urgência, e aparente contradição entre o compartilhamento e o individualismo.
Exercendo um papel crítico neste cenário, o blogueiro Wagner Fontoura afirma: “Não somos bicho-papão”. De quebra, apresenta dados atuais sobre a publicidade no Brasil e discute o futuro do jornalismo após esta revolução.
A pergunta que fica no ar: “É possível controlar este mundo?” Alessandro Barbosa Lima, da E-Life, afirma que não. E traça um divertido paralelo entre blogs e erva-daninha, em um passeio sensorial pelo Jardim Botânico.
Já Romeo Bussarello, da Tecnisa, aborda com saudosismo as antigas malas diretas e acelera até a dinâmica atual de vender imóveis pelo Google. Por isso mesmo, hoje ele prefere pedir desculpas, ao invés de pedir licença…
Marcelo Coutinho, professor e consultor do IBOPE, foi um dos maiores incentivadores do autor na elaboração desta obra. Ele destaca a importância do capital social na nova economia, reforçando os aspectos da audiência e da relevância na comunicação atual.
Manoel Fernandes, que concebeu o projeto do livro, dedica um capítulo inteiro a força de um novo conceito editorial: o jornalismo de indexação, as suas causas e seus efeitos. O também jornalista, José Luiz Schiavoni, da S2, sugere o que deve mudar na relação com a imprensa. Reinventar ou morrer, este é o seu lema.
Enquanto o psicólogo Sergio Cavalcanti, da PeopleMedia, explica qual é o papel de uma agência de mídias sociais, o publicitário Ruy Linderberg, da Leo Burnett, deixa um conselho real para o novo mundo digital: um olho no gato e outro no mouse. E apresenta suas “provas”, todas no YouTube.
No meu caso, busquei contextualizar esta viagem até chegar ao caminho para a Web 3.0, onde a rede IP será a plataforma da vida digital. A internet conectará inteligência através de redes de conhecimento e comunidades descentralizadas. O vídeo será o grande acelerador do tráfego, que alcançará novos patamares de dados, como o zettabyte.
Para encerrar a jornada, o professor Silvio Meira, cientista-chefe do CESAR, exalta a consagração do “dedão”, simbolizando o celular como o principal dispositivo do futuro. Citando Douglas Adams, ele tenta explicar porque tudo é tão “anormal” hoje em dia, mas faz as suas apostas e previsões para o ano de 2020.
O Socialcast é um modelo novo e sedutor, pois privilegia a democratização da informação e confere poder ao consumidor. Esta é a proposta deste livro que explora a colaboração por diversos ângulos e em várias dimensões.
A comunicação unidirecional e controlada cedeu espaço para um novo cenário de informações compartilhadas, cooperadas e em tempo real. Um fenômeno comportamental, onde muitos falam para muitos outros, o tempo todo. Então, tenha uma boa viagem!
DO BROADCAST AO SOCIALCAST
Como as redes sociais estão transformando o mundo dos negócios
Manoel Fernandes (organizador)
W3 Editora – 2009 (81 páginas)