O eu no outro e o outro em mim.

Sou casada há 36
anos e durante os primeiros anos  nosso
relacionamento era perfeito, combinávamos em quase tudo e dificilmente
discutíamos ou nos desentendíamos por qualquer motivo, porém com o passar dos
anos, aprendi que a relação matrimonial requer muita paciência, dedicação,
tolerância e sabedoria.

Muitas vezes,
quando percebemos que as ideias são diferentes, temos uma tendência em querer
fazer com que o outro aceite e temos dificuldade em tentar ouvir e compreender
que o outro também pode ter razão de acordo com seu ponto de vista. 
É baseada nesta
experiência matrimonial que inicio meu texto para levar os leitores a reflexão
acerca do relacionamento humano.

Acredito que ao
perceber que as ideias não batem, antes mesmo de iniciar uma discussão, deveríamos
fazer um exercício simples…ouvir o outro, saber da verdade dele, e em seguida
expor a sua verdade, pois se eu sei a minha e ouço a outra, terei maiores
condições de analisar a situação e chegar a novas conclusões. 
Mais importante do
que querer saber quem tem razão, é demonstrar flexibilidade…ser flexível é
não ser estático, é ser inteligente e
 ter empatia é estar aberto para o novo e para
novas possibilidades.

Todas as pessoas
que passam pela nossa vida deixam algo assim como nós deixamos marcas na vida
das pessoas e quando temos uma experiência negativa em nossos relacionamentos
devemos aprender com ela e deixar marcas positivas, pois, um dia quando não
mais pertencermos a esse mundo, seremos lembrados pelas coisas boas que
deixaremos na vida das pessoas.

Por isso a
pergunta é: Que marcas você deixará nas pessoas que passam pela sua vida? Como
você gostaria de ser lembrado no dia da sua morte?

Se pudéssemos nos
lembrar disso diariamente certamente nos preocuparíamos em tentar levar a nossa
vida com mais leveza e menos preocupações. Aprenderíamos  a respeitar o ponto de vista e as verdades
alheias com mais respeito. 
Exemplo disso é
quando nas redes sociais as pessoas postam opiniões a respeito de temas polêmicos
e não demora muito mil comentários a favor e contra começam a ser elencados com
opiniões de cunho pessoal que acabam causando discórdias e comentários
ofensivos.

A cada dia o olho
no olho tem se tornado mais difícil, as pessoas não sabem mais relacionarem-se,
não sabem mais dialogar com o intuito de descobrirem juntos novas formas de
olhar. 
Todas as nossas
vivências cristalizam em nós um significado e esses significados são muito
pessoais. Por isso é preciso respeitar a opinião do outro, é preciso procurar
perceber a sua verdade, pois, do ponto de vista de cada um, todos têm razão.

É preciso crescer
e aprender com cada vivência e com cada pessoa que passa pelo nosso caminho.
Somente quando estivermos abertos a ouvir mais, refletir e falar menos é que aprenderemos
a silenciar em nossos pensamentos as diferentes verdades que o mundo nos mostra.

E para finalizar
este texto, retorno à minha história matrimonial e compartilho com vocês que a
maturidade e o tempo são ótimos professores que nos ensinam a viver e a crescer
juntos. Estamos felizes, somos parceiros, criamos uma família, somos
companheiros, nos amamos e nos aceitamos exatamente como somos. É isso.

Não existem
fórmulas prontas, existem possibilidades que estão ao nosso dispor o tempo
todo, basta olharmos para elas e as nos permitirmos experimentá-las.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima