Susan Boyle, Beyoncè, Ivete Sangalo algumas das vozes que nos encantam, cada qual a sua maneira e estilo. E o que essas profissionais têm, além da belíssima voz, em comum?
No último dia de Carnaval, Ivete Sangalo dedicou a apresentação a sua fonoaudióloga: “Janaína, eu queria te agradecer por tudo que você fez por mim. Neste ano teve gravidez, teve os hormônios e você me ajudou a cuidar de minha voz. Deus sabe a importância que isso aqui tem para mim. Queria chegar e cantar bonito para vocês, afinada!”, emocionada falou para a profissional diante do público baiano.
É uma delícia ouvir uma voz clara, bem afinada, bem colocada e que nos envolve a cada segundo. Temos a impressão que estamos sendo levados a um mundo de sonhos e de fantasia. Por isso tanta necessidade de cuidados e ajustes.
Deixando um pouco de lado o envolvimento harmônico e acústico que a música evoca, a sonoridade vocal é indispensável para que a voz se projete, adequadamente. A voz precisa ter musicalidade para que ela possa comunicar. Isso significa atentarmos para o ritmo.
Quando falamos com um ritmo mais acelerado, mais pra cima, a tendência é transmitir emoção, provavelmente, relacionada à alegria ou à agitação; se falamos mais lento, mais devagar, transmitimos calma ou tranquilidade, mas também pode ser percebido como desânimo, cansaço.
A voz de Ivete Sangalo nos passa uma energia estonteante, uma agitação, uma vitalidade e que combina tanto com sua vitalidade corporal, que, dificilmente, podemos imaginar essa voz tênue, fraca. Da mesma forma, é possível imaginar a Beyoncè com uma velocidade de fala mais lenta, um volume mais baixo? Com certeza percebemos nessas duas cantoras, como os traços de personalidade doam para a voz características bem marcantes.
Por outro lado, a aparente introspecção ou timidez de Susan Boyle não se revela na força de sua belíssima voz, intensa e determinada e que a fez campeã do programa de calouros britânicos Britain´s Got Talent, transmitido pela rede de televisão britânica. Isso se deve, provavelmente, ao estilo de voz que ela precisou desenvolver para seu canto preferido.
É inegável a influência dos dois, estilo e personalidade, nas vozes dessas talentosas cantoras.
Será que para o mercado de trabalho vozes com tanta energia seriam bem aceitas? Provavelmente não para a maioria das profissões. Por outro lado, a voz que envolve, ou seja, aquela que tem um tom “morno”, nem sempre também é aceita em todas as profissões.
É imprescindível notar que a voz é o instrumento de trabalho de aproximadamente 25% da população brasileira, economicamente ativa, e que dela depende todos os dias para alcançar o sucesso em suas ocupações. São operadores de telesserviços, vendedores, secretárias, gerentes, executivos, instrutores de treinamento…
Se você tem uma voz que acredita não se ajustar ao que você faz ou ao cargo que pretende, saiba que é muito possível ajustarmos sua voz. Existem muitas formas de uma voz ser trabalhada e encantar. Algumas pessoas modificam 90%, 100% do que gostariam, outras menos, isso vai depender de vários fatores envolvidos no trabalho vocal. Podemos ter a voz que queremos desde que haja um trabalho direcionado e cuidado por um fonoaudiólogo.
A voz não é somente determinada pela emoção, personalidade, estrutura física ou estilo. Ela expressa quem somos, o que sentimos, expressa nossa cultura, enfim, expressa a história de uma vida. Mas ela também pode e deve ser trabalhada para o mercado de trabalho. Sendo assim, fica claro o que Ivete Sangalo, Beyoncè e Susan Boyle têm em comum, não é mesmo?
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