Começa amanhã a Flip 2016, que acontece de 29 de junho a 3 de
julho e está sendo considerada como a edição da poesia. A 14ª edição da tradicional FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATI,
que novamente conta com a curadoria de Paulo Werneck, a Flip homenageia a poeta
Ana Cristina Cesar (1952-83), expoente da geração da Poesia Marginal, que nos
anos 1970 se firmou distribuindo edições caseiras no Rio de Janeiro, ao largo
do mercado editorial e sob o peso da ditadura militar, fundando uma vertente
marcante na poesia brasileira contemporânea. Enfim, a poesia aparece como marca
definitiva e o evento contará com diversos destaques na programação principal.
Companheiros de geração, leitores e críticos literários da poeta carioca Ana
Cristina Cesar (1952-83) se reúnem para compor o retrato renovado de uma poeta
central, 33 anos depois de sua morte. O poeta Armando Freitas Filho abre a Flip
2016 numa sessão ao lado do documentarista Walter Carvalho. Ainda, a editora
Heloisa Buarque de Hollanda, a professora de literatura Vilma Arêas, os
críticos literários (e também poetas) Annita Costa Malufe e Sérgio Alcides
participam da homenagem à carioca.
Além da homenageada, os poetas Leonardo Fróes,
Annita Costa Malufe, Marília Garcia, Laura Liuzzi, Kate Tempest, Ramon Nunes
Mello e Abud Said vêm à Flip e reforçam o compromisso da festa literária com um
gênero vital.
Além da abertura, com Armando Freitas Filho e o Sarau, a Flip 2016
reservou em sua programação outros espaços para autores e leitores de poesia. O
fluminense Leonardo Fróes celebra uma carreira grandiosa, de quase cinquenta
anos de poesia e tradução literária. A mesa que reúne Annita Costa Malufe,
Marília Garcia e Laura Liuzzi, herdeiras diretas de Ana Cristina Cesar, reforça
o compromisso da Flip com um gênero vital.
A FLIP foi lançada em 2003 como “Festival
Literário”, mas sofreu diversas modificações já na segunda edição, quando
teve seu nome mudado para o atual – FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE
PARATI, além de sua duração, que passou para cinco dias (eram apenas 3
dias). Apesar do nome da cidade ser PARATY, a FLIP utiliza o nome
“Parati” (com o “i” e não com “y”) para realçar
que a Festa é “Parati”, ou seja, “Para Você”.
Desde sua primeira edição, a Festa vem crescendo, seja com relação
ao número e expressão de escritores e editoras convidadas, seja no número de
visitantes. A Festa é organizada pela Associação Casa Azul e a idéia de
promover a FLIP nasceu em parceria com a editora inglesa Liz Calder, inspirada
em eventos similares, realizados em cidades pequenas.
A Casa Azul é uma organização da sociedade civil de interesse
público que desenvolve projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, educação e
cultura. Desde as primeiras ações, há mais de vinte anos, vem desenvolvendo uma
metodologia de leitura territorial capaz de potencializar importantes
transformações no território. Em Paraty, onde a associação se originou, esse
processo levou à realização de ações de permanência, com projetos como a Flip,
a Biblioteca Casa Azul e o Museu do Território de Paraty, entre outros.
A programação da Flip é realizada por meio de leis de
incentivo à cultura do Governo do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de
Cultura do Rio de Janeiro e do Ministério da Cultura do Governo Federal, e
conta com patrocínio do Itaú, do BNDES, da Petrobras e de outras empresas e
organizações em vias de captação.
Confira a programação completa em: www.flip.org.br
Ana Cristina Cesar