Carlos Pedrotti, presidente da Saúde Digital Brasil

Brasil ganha painel público de indicadores da saúde digital

Número de atendimentos remotos cresceu 15 vezes, saltando de 200 mil em 2020 para mais de 3,1 milhões em 2025

O Brasil passa a ter um retrato oficial e transparente do uso da telemedicina no país. A Saúde Digital Brasil (SDB) e a Serasa Experian anunciaram o lançamento do Painel de Indicadores da Saúde Digital, base nacional com dados consolidados de atendimentos digitais entre 2020 e 2025.

De acordo com os primeiros resultados do painel, o número de atendimentos remotos saltou de 200 mil em 2020 para mais de 3,1 milhões em 2025, totalizando quase 8 milhões de consultas digitais realizadas no período. O painel também revela que 98% dos atendimentos aconteceram por vídeo, consolidando a telemedicina como uma prática segura, humana e acessível.

Além disso, os dados do novo indicador também revelaram que 72% das consultas são resolvidas e finalizadas no ambiente digital, fator que evidencia toda a eficácia da medicina à distância. Ainda nesse recorte, 36% dos atendimentos geram solicitações de exame aos pacientes, 26% são capazes de emitir atestados quando necessário, 15% prescrevem medicações controladas e apenas 6% terminam com encaminhamento para outra especialidade ou médico presencial.

“A criação desse painel é um marco histórico de maturidade e credibilidade para o mercado de saúde digital no país. Tem como objetivo fornecer dados inéditos do setor e o Brasil passa a ter acesso a uma fotografia clara, validada e segura sobre o comportamento e os resultados dos atendimentos médicos digitais, que vai munir iniciativas pública e privada com informações essenciais que podem dar embasamento para priorização de investimento, desenvolvimento e governança de projetos voltados à saúde, um setor que cresceu exponencialmente nos últimos cinco anos e para o qual informação de qualidade e tecnologia são fundamentais para sustentar esse crescimento”, afirmou Carlos Pedrotti, presidente da Saúde Digital Brasil.

Transparência para o ecossistema da saúde

Desenvolvido pela Serasa Experian, o painel foi criado a partir do processamento e padronização técnica de bases de dados enviadas por empresas privadas que oferecem serviços de saúde digital, incluindo serviços prestados à saúde privada e pública via SUS. Todos os dados anonimizados foram validados pela datatech e tratados em ambiente seguro, sem coleta de informações sensíveis de pacientes, médicos ou instituições.

Para Valdemir Bertolo, CEO da Serasa Experian, a criação do painel inaugura uma nova etapa de governança e transparência no uso de dados no setor de saúde: “A digitalização da saúde se tornou um pilar fundamental para garantir acesso, eficiência e qualidade no cuidado, principalmente em contextos que necessitam do acesso rápido aos profissionais e da ampliação da oferta em regiões com menor capilaridade presencial. Como uma datatech, que atua com dados, tecnologia e inteligência analítica para otimizar a tomada de decisão, trabalhamos no desenvolvimento desse painel a fim de embasar análises do setor de saúde que podem indicar tendências de comportamento e usabilidade. Esse tipo de aplicação tecnológica, que transforma insights em movimentações relevantes dentro do segmento, é o que nos move no sentido da inovação, da democratização da saúde no Brasil e da construção de um futuro melhor para todos”.

Ainda de acordo com o painel, algumas das especialidades médicas mais buscadas pelos brasileiros são a de Clínico geral, Clínica Médica (médico especializado em diagnósticos e medicações mais completas) e Psiquiatria. A Medicina da Família, a Ginecologia e a Pediatria, entre outros, também têm forte procura.

Metodologia

Os dados desta primeira edição abrangem o período de 2020 a 2025 e foram enviados em remessa única e anonimizada pelas empresas participantes, seguindo etapas de upload em plataforma segura pela Serasa Experian. A SDB não recebeu e nem manipulou as bases individualizadas. A Serasa Experian conduziu o processamento, a validação técnica e a padronização dos dados. Nenhum dado sensível foi coletado e não há identificação de empresas, pacientes ou profissionais.

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