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De olho na liderança feminina

Autora: Cristina Kerr
Sempre atuei na área de eventos e em setores predominantemente masculinos, estive a frente da organização da maior feira metroferroviária do Brasil por quase 10 anos.  Quando resolvi alçar vôo como empreendedora, abrindo a CKZ Eventos, percebi que um tema que pouco se falava era liderança feminina.
Na época estava finalizando meu MBA em Gestão Estratégica de Negócios na FGV. Com apoio do meu professor do curso e da fundação, resolvi assumir os riscos de criar o Fórum Mulheres em Destaque, a primeira iniciativa no Brasil com foco na ascensão das mulheres aos cargos de liderança nas corporações.
O ano era 2011 e o que percebi foi que as próprias mulheres não se sentiam a vontade para discutir o aprimoramento de suas carreiras. Perdi a conta de quantas vezes ouvi frases como – não tenho como justificar para o meu chefe que vou participar de um evento para mulheres, mesmo que seja para o meu desenvolvimento profissional.
Hoje percebo que os temas liderança feminina e equidade de gêneros nas empresas ganharam mais espaço na mídia e diversos movimentos em prol das mulheres na liderança começaram a surgir. Em paralelo, diversas pesquisas de relevantes consultorias têm mostrado que esse equilíbrio de gêneros, ou seja, homens e mulheres no comando, traz mais resultado financeiro para as empresas. Inclusive apresentamos um estudo da Mckinsey & Cia com um dado surpreendente: os conselhos administrativos com pelo menos uma mulher na composição tiveram resultados 50% maiores do que aquelas que não contam com a presença feminina.
Esse e outros dados têm mostrado aos CEOs que a equidade de gênero nas organizações deixou de ser uma responsabilidade social e as empresas têm percebido a importância de investir em programas para reter talentos e contribuir para o crescimento das mulheres aos altos cargos de gestão. O presidente da Philips, que participou do Fórum em 2014, compartilha da mesma visão. “O papel dos dois sexos é fundamental”, ressaltou Henk, que disse que hoje as mulheres estão com a faca e o queijo na mão, porque as empresas perceberam a importância desse equilíbrio e estão cada vez buscando mais mulheres para as equipes.
É necessário ampliar essa discussão e contribuir para o aumento de mulheres em cargos de liderança. Para que isto aconteça, é preciso discutir, entender, prepará-las e falar sobre iniciativas, projetos e programas que contribuam para a inclusão dessas mulheres. Sabemos que ainda temos um longo caminho pela frente até alcançarmos a equidade de gênero na liderança e nos conselhos das empresas, mas temos dado passos cada vez mais largos.
Precisamos falar cada vez mais sobre o assunto. Segundo pesquisa da FGV, as mulheres hoje ocupam apenas 8% dos cargos de liderança do Brasil. Esse número é baixíssimo perto da capacidade de muitas mulheres que estão no mercado e que podem ir muito mais longe. O que elas precisam é de mais espaço, oportunidade e iniciativas das empresas para que elas possam chegar ao topo das organizações.
Cristina Kerr é diretora executiva da CKZ Eventos e idealizadora do Fórum Mulheres em Destaque.

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