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Divulgação no Facebook: o que não fazer

Autor: Edilson Menezes
Neste artigo, vou cunhar uma expressão que pode salvar seus projetos profissionais: onipresença digital. Vá descendo e você vai entender…
Quando a palavra network entrou em moda, profissionais brilhantes já dominavam a técnica há muito tempo. Existe, entretanto, um problema mais sério que pode comprometer a imagem pessoal de quem divulga, a reputação e a credibilidade de seu negócio. Permita-me explicar:
Muitas pessoas confundem o que é um relacionamento digital ou comercial justo e reto. Eu não posso, por exemplo, como treinador comportamental, pedir a um amigo produtor de vídeos que divulgue meu nome toda semana em sua página da rede social, a fim de que alguém um dia possa ver, interessar-se e fazer contato. Três razões me proíbem de usar este expediente e deveriam proibir a todos os profissionais:
1. Não tenho o direito de banalizar a página do amigo. Ele precisa utilizar este espaço com foco e energia para divulgar os próprios trabalhos e não pode ter lá “produção de vídeos” e “treinamentos comportamentais”;
2. Não posso constranger o amigo. Quando pedimos para alguém divulgar o que fazemos na rede social, a pessoa entra numa saia muito justa. Ela não pretende ser indelicada e ao mesmo tempo, não sente a menor obrigação de usar a própria página para divulgar outro serviço que não seja o dela;
3. Não faz sentido banalizar o meu trabalho. Por que eu pediria para uma amiga advogada, por exemplo, divulgar o meu trabalho como consultor literário em sua rede social se o público dela não se encaixa ao que faço de melhor? Só para ter MAIS UM lugar a divulgar?
A divulgação feita com excelência gera retorno positivo, mas executada de qualquer maneira, sugere que o divulgador está desesperado. Talvez os leitores deste artigo questionem se seria saudável, então, divulgar no próprio espaço e a resposta é um “sim com restrições”.
A boa e velha moderação é necessária. No Facebook, por exemplo, o maior espaço para divulgação de expertise, tudo que você divulga ou compartilha aparece no “feed de notícias” dos amigos. Estes amigos, que quase sempre nem são amigos de fato, muitas vezes, podem ser compradores em potencial de seu produto ou serviço, mas quando precisarem, procurarão alternativas, pois com tanta onipresença digital, você se tornou chato (a) demais.
Definição de onipresença digital: o onipresente está em todos os espaços digitais da pessoa. Ela usa o smartphone, ao acordar e lá está sua foto sorridente e comercial. Ela entra no WhatsApp e dá de cara com sua foto corporativa, de braços cruzados, olhando para o horizonte. Ela chega do almoço, verifica o LinkedIn e; surpresa: eis que a sua foto de estúdio se abrilhanta e se agiganta, pedindo que a indique como referência no que faz. Exausta, a pessoa decide correr do onipresente para o banal Twitter. Assim que acessa, lê a mensagem: “Fulano passou a te seguir”.
Responda com toda franqueza: mesmo que se interesse pelo tema do onipresente e possa pagar o que ele exige, esta pessoa vai comprar dele ou vai procurar outro fornecedor?
Em outra reflexão, você passa o dia inteiro postando o que faz de melhor? Deixe-me dividir um pouco dos mais de 20 anos que acumulei em experiência na área de vendas: segundo o entendimento do consumidor, há três possibilidades condicionais para quem age assim.
1. Se você é tão qualificado a fazer o que promete e passa todo o tempo na internet divulgando, onde encontra tempo para tanta qualidade?
2. Se você é tão diferenciado (a), precisa mesmo implorar tamanha atenção consumidora com a sua metralhadora de posts?
3. Se você tem mesmo soluções inovadoras, por que repete o mesmo método de divulgação dos chatos que falam mais do mesmo?
Para desmistificar, este não é um comportamento de hoje, advindo do digital. Os chatos do passado faziam isso por fax, mala direta, panfleto e até sinal de fumaça, se possível fosse.
Vamos supor que você atue como palestrante, assim como eu e muitos amigos que o fazem. Postar as suas propagandas em grupos desconectados ao desenvolvimento pessoal é pouquíssimo assertivo e compromete sua imagem.
Profissionais sérios, e o mercado sabe muito bem disso, não enchem o feed de notícias das pessoas todo santo dia. Mas, é razoável afirmar: para as pessoas de seus relacionamentos, é difícil te dizer esta verdade.
Outra questão séria é a contribuição que você oferece. A que se propõe uma divulgação?
Vender algo ou alguém. Isso é indiscutível.
É aí que entra em cena a necessidade de preservar-se e dizer ao mundo o que você veio fazer aqui. Uma operação comprometida de vendas é pormenorizadamente recíproca. Você dá uma parcela do que tem de melhor, as pessoas recebem, ficam gratas e decidem se devem ou não comprar o pacote completo.
Logo, quem divulga e não entrega nada só quer vender. Tenha o zelo de honrar as pessoas que frequentam sua rede social com conteúdo nobre e gratuito. Se você for tão mesquinho que não possa dar nada do que faz de melhor, significa que ainda há muito a melhorar.
Responda com extrema franqueza: você compraria algo de alguém que posta um produto ou serviço no Facebook e marca 200 pessoas sem prévia autorização? Se a pessoa é capaz de invadir a privacidade digital para divulgar, do que mais ela seria capaz para vender? Foi pensando nisso que o Facebook criou o sistema de denúncias, mas tenha uma certeza:
Você não precisa de pessoas te denunciando para acordar e fazer o certo. Antes desta ferramenta, muito antes, já existia outra, conhecida como sitocômetro e para encontrar um grande propósito comercial, terá que fazer parte de seu dia a dia ou qualquer empreendimento pode ruir.
Para concluir, o marketing digital, e nada contra o método, afinal tenho vários amigos que o praticam, não pode ser usado em detrimento do cliente e a favor de quem vende. É preciso tato e equânime reciprocidade. Lotar a caixa de e-mails de seus prospects é deselegante, apelativo e sugere que seu produto é do tipo Tabajara.
As palavras que te entreguei neste artigo são duras, eu sei e vou explicar o motivo: as pessoas fingirão que não se importam e eu estou advogando em nome delas, em nome das divulgações assertivas e, finalmente, em nome da venda com ética e arte.
Não há dúvida que você pode ignorar tudo e continuar o seu bombardeio de informações e divulgações. Porém, um dos tiros que você dispara pode ferir seu possível cliente e se o ferimento for grave, ele nunca será chamado de atual cliente.
A escolha, como sempre, é apenas sua!
Edilson Menezes é treinador comportamental e consultor literário. Atua nas áreas de vendas, motivação, liderança e coesão de equipes. ([email protected])

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