Que o Anexo II da Norma Regulamentadora 17 trouxe benefícios para o setor de call center, ninguém dúvida. Porém, ainda é preciso avançar. A opinião é de Claudia Pires, diretora do Sim 24h do Grupo Segurador BB Mapfre, que vê a lei ainda sendo cumprida apenas parcialmente. “Parte das grandes empresas adaptou-se, mas ainda é necessária a verificação das condições oferecidas em empresas de médio e pequeno porte”, afirma a executiva.
O maior desafio dentro disso, segundo Claudia, foi e ainda é cultural. “A norma colaborou, mas ainda existe a necessidade de mudar a visão do setor.” Ela comenta que é preciso que as empresas percebam que a adaptação das condições de trabalho traz mais benefícios que custos, pois os valores investidos se converterão em satisfação dos profissionais e também em aumento sadio da produtividade.
Para a diretora, com a saúde em dia, o colaborador trabalha com mais satisfação e reduz as ausências motivadas por problemas médicos. O resultado é um absenteísmo menor e uma melhora na produtividade. “Percebemos também que essa satisfação influencia na qualidade do atendimento prestado, o que terá satisfação também do cliente e até a sua fidelização”, conta. Como resultado final, a empresa tem uma redução nos gastos e aumento na quantidade de elogios fornecidos pelos clientes. “Funciona como um ciclo virtuoso.”
Mais do que isso, Claudia pontua que o Anexo II trouxe a valorização da própria atividade. “Ele mostrou que esse é um segmento importante e que merece atenção especial, cabendo-lhe, portanto, possuir uma regulamentação exclusiva”, pondera. Outro ponto positivo colocado por ela foi o aumento da responsabilidade das empresas sobre a saúde do colaborador, pois serviu de ponto de partida para outras ações nesta linha, que não são previstas em lei.