Uma das questões abordadas pelo acadêmico Eduardo Souza Aranha, durante a sua apresentação na Academia Brasileira de Maketing, na ESPM, foi: “Quem serão os nossos concorrentes de amanhã?”. Segundo ele, aquele conceito que nós tínhamos de praticar marketing dentro da nossa área de atuação, com limitações geográfica e regionais, já se perdeu há muito tempo. “Hoje, com os novos canais de comunicação e mídias globais – a Internet e o telemarketing -, cada vez mais a gente pratica o marketing sem fronteira”, comentou. Para ele, o melhor exemplo é a revolução do e-commerce, que permite adquirir qualquer produto nos 365 dias do ano, 24 horas, em qualquer parte do Planeta. Então, o que a Internet e o telemarketing agregaram foram uma dimensão atemporal, derrubando fronteiras para praticar o marketing direto.
Eduardo Souza lembrou que no último dia 17 de agosto, o jornal O Estado de S. Paulo estampou na capa do seu caderno de Economia a seguinte manchete: “Fiesp prevê a criação de 70 mil empregos no ano”. Para ele, a indústria se vangloria, “mas esquece-se que os call centers já têm 500 mil funcionários hoje no Brasil e, este ano, vão abrir mais 72 mil vagas”. Ou seja, segundo seus cálculos, 2 mil a mais do que a indústria. “Não houve este respeito para se lembrar disso, mas a gente sabe o que está crescendo. A maior operadora de call centers, por exemplo, tem mais funcionários trabalhando nas suas posições de atendimento em relação à quantidade de pessoas trabalhando na fábrica da Volkswagen”, comparou.
Para ele, os call centers estão crescendo e transformando-se numa das mídias mais importantes do marketing de relacionamento. Isto, não só no mercado brasileiro como operação off-shore. “O Brasil tem uma vantagem competitiva impressionante: nós estamos no mesmo fuso horário dos Estados Unidos. Isto significa que, cada vez mais os call centers vão ter clientes que são de empresas americanas. E o mesmo telefone do 0800, que seriam atendidos lá, serão atendidos aqui no Brasil”, conclui Eduardo Souza.