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Mecânicos do desejo

Autor: Edilson Menezes
Na fase adolescente, é muito comum que o primeiro amor se revele.  Anos depois, com maturidade, é igualmente normal descobrir que não era amor, mas uma paixão destas que deixam marcas fortes e revelam alguns temores: medo de ficar só, de sofrer, de perder a pessoa ou de não receber de volta o mesmo amor. No trabalho, o medo de não obter uma vaga digna se insinua. Nos estudos, o medo de ser reprovado. Nas relações pessoais, o medo de traição. Desta forma, em cada área, o medo vai testando nosso desejo de prosperidade.
Se você permitir, o medo de perder pode ser mais poderoso que o desejo de ganhar. Logo, medo merece respeito, mas desejo merece manutenção diária.
A única estratégia infalível para retirar do medo esse poder é, portanto, manter-se em estado diário de vigília e desejo em relação ao que se busca em qualquer área da vida. Confira estes exemplos do dia a dia que certamente envolvem alguém de suas relações:
– Eu quero parar de fumar!
– Eu quero ter sucesso na carreira!
Você já deve ter reparado que algumas pessoas repetem estas e tantas outras afirmações como um querer desprovido de desejo e vitimado pelo medo de não conseguir.
Ora, temos experiência em sentir medo. Desde sempre conhecemos este sentimento. Já o desejo, vai e vem. Um dia queremos muito e no outro, nem tanto.
Hoje, a pessoa deseja ardentemente parar de fumar, pois assistiu a um documentário pesadíssimo que a deixou chocada. Assim que toma um cafezinho, o desejo que não recebeu manutenção, antes impactante, é sequestrado pelo medo da privação e quando percebe, o cigarro já está aceso.
A carreira passa pela mesma análise. Muitos planejam o que entendem por sucesso com requintes de detalhe, mas assim que aparece o primeiro e poderoso obstáculo, sucumbem pelo medo da dor e o motivo é muito simples. Não houve manutenção no desejo de vencer.
Nossa capacidade de anseio funciona como uma máquina. Mais importante que desejar, é desenvolver a habilidade de fazer manutenção diária nesta máquina de desejos. Ou seja, devemos nos tornar mecânicos do desejo. 
Todos os dias, é preciso avaliar nossa caixa de desejos e cumprir toda a manutenção exigível:
– Apertar os parafusos da resiliência;
– Limar o medo até deixá-lo na espessura certa da segurança;
– Regular os botões que controlam nossas capacidades e competências;
– Retirar a corrosão que se forma enquanto não deixamos aquela zona que nos é confortável;
– Selar, através de livros, estudos e pesquisas, os vazamentos da inabilidade;
– Limpar toda a sujeira acumulada pela prepotência;
– Diluir o fluxo de tristeza que invade nossa vida aqui e ali;
– Trocar o óleo do conhecimento com frequência;
– Substituir as peças que foram desgastadas pelas velhas crenças impeditivas e inúteis;
– Polir a inteligência emocional;
– Encontrar um propósito nobre para que este motor não seja movido apenas pela ânsia de ganhar dinheiro.
Ao cumprir cada uma destas etapas, o motor terá ótimo funcionamento e seremos os melhores mecânicos do desejo que norteia a vida, o trabalho, o amor e a felicidade.
Observe que em nenhum momento sugeri que o medo deva ser suplantado. Eu não acredito que a superação seja a melhor estratégia. Equilibrá-lo pode ser a escolha ideal.

O medo é o melhor sentimento para direcionar a efetivação do desejo e aferir se estamos no caminho mais adequado. Sem medo, somos radicais, extremos, insensatos e inconsequentes.
O êxito é reservado aos que se permitem equilibrar o medo, enquanto a tristeza é o fruto, o filho gerado pelo desejo que não recebeu manutenção.
Inicie hoje mesmo o curso de mecânica ou o acaso será o mecânico de seus desejos.
A escolha, como sempre, é apenas sua!
Edilson Menezes é treinador comportamental e consultor literário. Atua nas áreas de vendas, motivação, liderança e coesão de equipes. ([email protected])

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