Pesquisa da Bain & Company com 318 empresas que realizaram mudanças internas aponta que apenas 12% delas conseguiram atingir ou exceder as expectativas traçadas. Além disso, 50% dessas empresas não se importaram que os resultados simplesmente não foram alcançados. Mas o mais alarmante, segundo a consultoria, é o alto índice de empresas que simplesmente não colocaram as alterações propostas em prática. De acordo com Kevin Murphy, consultor da Bain, este resultado poderia ser diferente se as organizações conseguissem fazer uma gestão eficiente da mudança.
Muitas vezes, as empresas pensam nas mudanças, mas não conseguem engajar as pessoas. O executivo explica que isso acnotece porque toda modificação gera um apreensão e, neste contexto, as pessoas compreendem menos o conteúdo de uma conversa do que o fariam em uma situação normal. De acordo com Murphy, uma pessoa sob estresse absorve apenas 20% do que é dito e só consegue prestar atenção nos primeiro 12 minutos de conversa, o que dificulta o repasse da mensagem. “Assim, dialogar com as equipes é essencial. Deixar a mensagem mais clara e objetiva possível ajuda muito no processo, assim como escolher pessoas confiáveis para transmitir o recado. Além disso, é necessário criar empatia e saber ouvir, coisas que muitos líderes não fazem”, explica.
A resistência é uma reação natural ao novo e tende a atingir o grupo que, provavelmente, será o mais afetado pelas mudanças, o que gera insegurança, segundo o consultor da Bain. Para que o processo de transformação tenha sucesso, o “ouvir”, no sentido mais amplo da palavra – escutar, observar, analisar as reações e compreender seus significados – é o primeiro e principal passo para o sucesso desta empreitada. “Trata-se de pensar sobre as pessoas e o impacto que elas têm em todo o processo de mudança”, diz.