Startups possuem um espírito tão empreendedor quanto o de seus criadores. Além disso, pode ajudar quem sempre teve o sonho de ter o próprio negócio, mas não tem a condição financeira ou não pode assumir o risco que um local físico exige. “A internet reduziu drasticamente a barreira de entrada. A computação em nuvem permite colocar um servidor no ar por cinco dólares por mês e é possível encontrar desenvolvedores e designers que trabalham do outro lado do mundo para te ajudar. É diferente de uma empresa farmacêutica ou de bebidas, onde se gastam anos de pesquisa”, conta Tom Canabarro, um dos fundadores da startup Konduto. Motores de inovação e experimentação, é bem comum ver esse espaço liderado por jovens inquietos – que já estão sendo procurados por empresas gigantes e com história que almejam fazer parte deste universo.
O sucesso do modelo se dá pela agilidade que os clientes já possuem, mas muitos negócios ainda não acompanham – especialmente os grandes do mercado. Além disso, a interação com o cliente por meio da startup possibilita a empresa fazer testes de novos produtos e conceitos, podendo mudar de direção com facilidade, embasando-se nos resultados obtidos. Nesse caminho, não é possível esquecer as redes sociais, que foram grandes catalisadoras para a crescente interação entre empresas e startups, pois diversos destes canais de comunicação (como o Facebook ou o Twitter) também o são ou, pelo menos, comunicam-se bastante com desenvolvedores para que outras startups possam construir serviços em cima da plataforma, agregando valor a ela.
Canabarro explica que existem três principais tipos de startups: as que inovam, as que importam modelos de negócios e as que melhoram um processo que hoje está “quebrado”. O primeiro tipo são as que realmente trazem algo novo para o mercado, alguma tecnologia ou serviço que não existia antes. É mais raro do que se pensa. As startups que importam modelos de negócios são aquelas que trazem para um mercado local algo que já funciona lá fora. “Isto não é algo ruim e não faz da empresa uma ‘cópia’. A adaptação ao mercado local é algo difícil, pois a empresa de fora encontra problemas de legislação, idioma, moeda e cultura. Se um empreendedor local consegue fazer essa adaptação, ele merece o sucesso que tem.” Por fim, há as startups que estão tentando “consertar” algo que está quebrado, segundo o executivo. “São empresas que veem várias falhas em produtos e serviços oferecidos hoje e que acham que podem fazer melhor e mais barato”, demonstra. Inclusive, a Konduto, segundo ele, encaixa-se na terceira categoria por ser uma ferramenta antifraude, que utiliza o comportamento de navegação do usuário como fator na análise de risco de um pedido. “O sistema aprende sozinho o que é um comportamento legítimo e o que é fraude. Isto nos permite adaptar às mudanças nos padrões dos pedidos. O tempo que o pedido fica parado e o custo desta análise são muito menores”, explica.
O especialista comenta ainda que é importante decidir por um caminho, visto as diferenças entre eles. Depois, é só conquistar os clientes! “Para chamar a atenção um foco em design e usabilidade é importante. O usuário responde muito bem a um produto bem desenhado e isto pode fazer a empresa ganhar tração e clientes. Porém, depois que a pessoa está usando o produto, ele precisa funcionar! Ai quem ganha é o atendimento. As pessoas vão encontrar erros e problemas, e o que vai diferenciar as empresas é a forma como elas lidam com estes casos. Eles respondem no mesmo dia? Assumem os erros ou empurram pra debaixo do tapete? São amigáveis?”, conclui.