Autor: Fabio Dal Colletto
A terceirização de serviços é uma prática que ganhou bastante força nos últimos 20 anos. Mas, quando o assunto é outsourcing de TI, podemos afirmar que o momento atual é o mais profícuo de todos os tempos. Estudos da IDC (International Data Corporation) revelam que esse mercado representa a atividade de TI com maior potencial de crescimento no Brasil, com previsão de atingir mais de 12 bilhões de reais nos próximos quatro anos.
É questão de sobrevivência para muitas empresas aumentar o foco no core business e eliminar preocupações com contratação e gestão de pessoal especializado em operacionalização do sistema, atualização de produtos, suporte a aplicações e à infraestrutura, manutenção dos pontos de rede, voz, dados etc.
Quando se opta por realizar todos esses serviços internamente, por mais que sejam investidas grandes somas na contratação de mão de obra especializada, nem sempre os resultados desejados são alcançados. Já a terceirização proporciona ao cliente ter acesso rápido a profissionais altamente capacitados para resolver eventuais incidentes ou mesmo desenvolver melhorias necessárias ao próprio negócio.
A gestão da mudança é um dos desafios mais importantes do outsourcing. Alguns processos envolvem pessoas que não estão presentes fisicamente na empresa. Daí a necessidade de se implantar uma nova cultura interna, em que muitas vezes as ocorrências devem ser relatadas através de um sistema. Apesar de impessoal, certamente cada contrato prevê um tempo de resposta e de resolução do problema – diferentemente das relações pessoais, que às vezes ficam presas à burocracia.
Cabe à empresa avaliar seu nível de dependência dos processos de TI e das pessoas envolvidas, no sentido de definir qual a melhor estratégia de outsourcing a ser adotada. Enquanto algumas equipes se adaptam facilmente às mudanças, aquelas pouco afeitas a procedimentos claros de requisição de suporte e de melhorias em TI terão mais dificuldades em partir para um nível de outsourcing mais elevado logo de início.
É imperativo que o outsourcing de TI seja encarado como um catalisador de valor dentro das organizações. Além da redução de custos, para a alta administração das empresas essa mudança representa muitas vezes uma rápida resposta às mudanças impostas pelo mercado, permitindo responder à internacionalização dos negócios de forma acelerada e aumentando, assim, o retorno sobre os investimentos. Isso sem contar com a importante atualização em termos de tecnologia e capacitação profissional.
Dentro do amplo escopo do outsourcing de TI, muitas vantagens são obtidas não só por grandes empresas, que buscam desde soluções departamentais – normalmente envolvendo uso de aplicações – até soluções corporativas na parte de infraestrutura. As pequenas e médias empresas também estão tirando proveito desse modelo de negócio na medida em que buscam soluções no modelo de software como serviço (SaaS). É esse nicho que mais vem impulsionando a terceirização, justamente por encarar o outsourcing como uma forma de ganhar competitividade de mercado.
Fabio Dal Colletto é gerente da Unione Outsourcing.