Stan Braz

Polo de Campinas ameaçado?

Campinas pode deixar de ser um polo de call center. A cidade, que abriga mais de 10 grandes sites e emprega mais de 10 mil pessoas no setor, pode assistir migração de empresas se o Tribunal Regional do Trabalho decidir-se por elevar o piso da categoria acima dos porcentuais aplicados em outras regiões do Estado. O piso convencionado em todo o Estado é de R$ 800. O julgamento da convenção coletiva está marcado para amanhã, 9 de setembro.
Quem faz o alerta é o Sintelmark, Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos, que vem defendendo o piso de R$ 800, já ajustado em janeiro no porcentual de 13% em relação ao anterior. “Se o piso salarial for o que deseja o sindicato dos trabalhadores, todos os outros custos do setor na cidade vão subir 9,1%, valores que as empresas de call centers não têm como absorver e dificilmente conseguirão repassar para os clientes”, assinala Stan Braz, diretor executivo do Sintelmark. “As consequências poderão ser a migração de empregos para outras localidades, e até quebra de empresas”, acrescenta.
A própria Prefeitura de Campinas vem atuando para manter as empresas na cidade. No início do ano, foi reduzido de 5% para 2% o Imposto sobre Serviço (ISS) para as empresas de call center, ciência e tecnologia. Mesmo com o incentivo, a administração pública local também vem atuando para que o Tribunal Regional do Trabalho pondere no julgamento da convenção coletiva.
Lei estadual
O sindicato dos trabalhadores de call center de Campinas defende o piso de R$ 905 para atendentes com base na Lei 12.640/07, do governo do Estado. “Esta lei foi construída sobre 220 horas mensais de trabalho, embora o texto legal nada diga sobre carga horária”, comenta Stan Braz, do Sintelmark. Os operadores de call center trabalham 180 horas mensais, conforme a Norma Regulamentadora NR17. “Fazendo os cálculos, quem trabalha 220 horas e tem seu salário com base na lei estadual, ganha por hora R$ 4,11. Já os operadores de call center, com um salário de R$ 800, dividido por 180 horas, ganham R$ 4,44 por hora. Ou seja, 8% a mais por hora”, explica o diretor executivo do Sintelmark.

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