Promoção da saúde vocal
12 de abril
São Paulo – Auditório da Paulinas Livraria
15 e 16 de abril
Rio de Janeiro – Auditório da Escola Politécnica Joaquim Venâncio e Auditório da ENSP/Fiocruz
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Promoção da saúde vocal
Falar sobre a voz nos leva a lembrar os diálogos entre pessoas e do seu papel nas situações de nossas vidas. Presente desde o nascimento, modifica-se ao longo da vida, mas só nos chama atenção quando “falha” ou fica rouca, surgindo disfonia (qualquer alteração na voz). Também é foco de preocupação quando o exercício de nossa função depende exclusivamente dela ou quando passamos a usá-la por tempo prolongado em nosso trabalho. Quando nossa voz representa nosso instrumento de trabalho chamamos de “voz profissional”.
O profissional que depende de sua voz para trabalhar, necessita de intervenções que visam a eliminação ou inibição de fatores que a coloquem em risco. As empresas precisam, portanto, atuar na promoção de saúde vocal. Entende-se por promoção de saúde vocal todas as atividades desenvolvidas em prol do bom aproveitamento da potencialidade e resistência da voz, permitindo que esta seja usada por um longo período, sem alterações funcionais e/ou anatômicas e com eficiência adequada à solicitada em sua profissão. Não podemos deixar sob a responsabilidade única e exclusiva do profissional, os cuidados com sua voz. Para atuarmos na promoção da saúde vocal nas empresas, toda a equipe deve estar envolvida.
Fatores de risco para as disfonias – Inicialmente, necessitamos conhecer os fatores de risco aos quais o profissional está exposto. Destacando os mais comuns:
– ambiente de trabalho: ar condicionado, fumaça, ruído ambiental excessivo, mobiliário inadequado, etc.;
– uso vocal: falar por tempo prolongado, em volume elevado, com tensão muscular ou postura inadequada, e sem pausas respiratórias, e outros;
– hábitos: consumo de bebidas geladas ou alcoólicas, pouca ingestão de água, tosse e pigarro freqüentes, alimentação inadequada causando refluxo gastro-esofágico, tabagismo, cotidiano de estresse;
– fatores orgânicos: alterações laríngeas preexistentes, infecções de vias aéreas superiores (rinite, gripe, etc), fatores hormonais, etc.;
Ações preventivas – Uma vez reconhecidos tais fatores, a primeira ação de promoção de saúde é atuarmos sobre eles. Devemos, portanto, realizar intervenções ambientais. Por exemplo, a limpeza freqüente do ar condicionado propicia um ambiente mais saudável também do ponto de vista vocal.
A compreensão do perfil da população e da relação voz e trabalho, também são ações importantes pois nos trazem dados para promovermos a conscientização desses profissionais, baseada nos hábitos que praticam e no uso de sua voz em situação ocupacional. Os profissionais devem ser treinados para o melhor uso vocal e, em caso de alterações vocais, o acompanhamento mais próximo é imprescindível.
Outra arma de prevenção é o diagnóstico precoce. As avaliações vocal e laringoscópica devem ser realizadas como procedimento admissional e periódico, dependendo do grau de risco para os problemas de voz. A primeira, realizada por fonoaudiólogo, visa avaliar a voz e a presença de disfonia. A segunda, a laringoscopia, é um procedimento otorrinolaringológico para avaliar as condições anatômicas dos órgão envolvidos na produção da voz.
Nos casos em que as ações preventivas foram introduzidas tardiamente e a disfonia já está instalada, há necessidade de redução das desabilidades e o restabelecimento da funcionalidade vocal através de reabilitação, treinamento específico, fonoterapia e acompanhamento médico. É importante pensarmos sempre em ações iniciais de prevenção pois elas são eficientes na redução de risco de disfonia, evitando-se uma intervenção em reabilitação.
Ana Elisa Moreira Ferreira e Vivian de Oliveira Santos Silva são fonoaudiólogas da Univoz Consultoria – [email protected]