Desde que comecei a trabalhar na área de Recursos Humanos, o que mais escuto de clientes, requisitantes e candidatos são dúvidas em relação ao perfil. No setor que atuo hoje, que é o teleatendimento, o perfil da consultora precisa estar alinhado com seu universo para que consiga lidar com a dinâmica frenética do mercado de Call Center. E então, surgem diversos questionamentos, tanto para os candidatos quanto para os profissionais que trabalham nesta área. Como avaliar características tão subjetivas de cada candidato em apenas 15 minutos de entrevista coletiva? Como explorar as potencialidades e dificuldades dos candidatos em uma dinâmica de grupo? Como escutar por trás do discurso do candidato e perceber suas características mais subjetivas, em um momento em que ele está querendo mostrar o que tem de melhor? Como descontar o nervosismo e a ansiedade do candidato e perceber se essas características de fato não prejudicam sua desenvoltura profissional no dia-a-dia da empresa que irá trabalhar? E a mais desafiadora: como unir quantidade de candidatos para suprir as demandas do cliente com as particularidades de cada empresa que exige características específicas tanto técnicas quanto comportamentais?

Para se realizar um bom processo tanto para empresa quanto para o candidato e responder de forma adequada às perguntas acima, a consultora deve ter foco, mas em momento algum pode perder a sensibilidade e o respeito pelo ser humano que está a sua frente, que muitas vezes pode estar passando por situações adversas e que vê em você a esperança de dias melhores. Nesse momento, ele vê a consultora como uma fonte de expectativas que podem ser frustradas com uma reprovação e é nesse momento que entra a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro e perceber o quanto de nós se reflete ali.

No momento em que essa façanha for apreendida, todas as respostas são respondidas, pois quando conseguimos olhar além daquilo que está em nossa frente, enxergamos o outro em sua essência e nosso trabalho está concluído.