Siemens inaugura no Brasil pólo mundial de exportação

A fábrica da Siemens em Curitiba, Brasil, foi designada pela matriz para ser a plataforma de exportação mundial de centrais de comunicação para empresas (PABX). A escolha do País se deu, principalmente, pela alta qualidade da produção e do nível de recursos humanos da filial brasileira. A produção local atenderá a demanda interna e externa. Antes de exportar para todo o mundo, a Fábrica Curitiba abastecia o mercado interno e, parcialmente, o Mercosul e América Latina.

Com investimento total de US$ 20 milhões, ainda em curso, a empresa já duplicou a produção. O volume atual corresponde a um montante de US$ 80 milhões por ano. “Nossa expectativa é ultrapassar a marca de US$ 100 milhões até 2005”, explica Adilson Primo, presidente da Siemens no Brasil. A ampliação da produção aconteceu em tempo recorde de seis meses. A fábrica Curitiba está pronta para novas expansões, se necessário. Hoje a produção ocupa apenas dois terços da capacidade e pode ser facilmente adequada. Com a transformação da fábrica Curitiba em pólo de exportação, até agora, foram gerados 350 postos de trabalho diretos, 650 indiretos e existe a previsão de mais contratações em médio prazo.

Na avaliação de Adilson Primo, essa nova característica da fábrica também beneficia o mercado interno, pois gera economia de escala, maior flexibilidade e redução de custos. “O aumento das exportações também favorece a melhora da balança comercial”, complementa Primo. No mercado nacional, a divisão Siemens Enterprise Networks possui cerca de 30% de participação para as centrais de comunicação (Pabx) de médios sistemas e, aproximadamente, 40 % para os grandes sistemas.

Desenvolvimento de novas tecnologias

Para conquistar o posto de plataforma mundial de exportação, a subsidiária brasileira concorreu com outras fábricas da companhia espalhadas pelo mundo. “A mão- de-obra qualificada aliada a nossa capacidade de desenvolvimento local foram fatores determinantes para escolha do Brasil”, avalia Rainer Schanze, presidente mundial de manufatura e logística da Siemens. Prova disto é que o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, instalado na localidade do Paraná, é hoje responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias e aplicações locais no segmento de telecomunicação fixa para operadoras e corporações – para todo mercado latino-americano, bem como em redes móveis GSM. Este Centro de Curitiba, que congrega vários centros de competência mundiais, absorve cerca de 30% da verba de P&D que a Siemens investe em projetos de telecomunicações.

A soma do investimento da companhia em todas as áreas de atuação foi de R$ 79,6 milhões no exercício fiscal de 2003, incluindo as parcerias com universidades e institutos de pesquisa. “Parte do hardware e também do software das centrais PABX destinadas para exportação mundial são desenvolvidos em Curitiba”, comenta Aluizio Byrro, vice-presidente do grupo e diretor-geral da divisão de Telecomunicações.

A utilização do Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (Recof) é um outro fator importante para desempenho das exportações da fábrica Curitiba. O sistema, integrado com a Receita Federal, agiliza os processos alfandegários de importação (desembaraço em canal verde) e isenta de impostos os materiais usados para produtos exportados. As taxas são recolhidas apenas sobre materiais que serão utilizados na produção destinada para a venda no mercado nacional. Por meio de interfaces web, desenhadas especialmente para este fim, a Receita Federal tem permanente acesso às informações contábeis das operações de importação da companhia como fabricação, vendas internas e exportação. “O mecanismo funciona como um incentivo às exportações, pois reduz os custos de produção de produtos destinados para exportação. Isto nos torna mais competitivos, principalmente com relação a prazos de entrega”, ressalta João Eber Machado, diretor-geral da fábrica Curitiba.

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