Ana Lúcia de Mattos Santa Isabel
“Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Mas uma visão com ação pode mudar o mundo” – Joel Barker
No desafio de construir uma vida bem sucedida, alguns fatores são determinantes: a atitude que assumimos, o senso de oportunidade e a inteligência relacional, por exemplo. Antes de ver nossos sonhos trazidos à realidade do dia-a-dia, é preciso imaginá-los. O segundo passo é traçar um plano de ação, como fez o Gato de Botas. O famoso personagem dos contos de fadas traçou um “plano estratégico” para alcançar seu objetivo de viver comodamente, definindo suas necessidades e as ações devidas. Ou seja, o Gato tinha um plano e o executou. Antes de “sair pelo mundo em busca de aventuras”, definiu exatamente, ou seja, imaginou onde queria chegar. O resultado é o “final feliz”. Moral da historia: uma atitude imaginativa é vital para o sucesso.
Mas como transformar a imaginação em ação, criando uma atitude que nos leve ao sucesso? Podemos definir sucesso como conseguir tudo aquilo de desejamos em vários aspectos de nossa vida. Sucesso inclui “vencer na vida”, ser reconhecido como uma referência entre seus pares, auto-realização, iluminação espiritual. E tudo mais que fizer parte de nossos anseios.
Pesquisas apontam que pessoas que conseguiram definir-se como bem sucedidas desenvolveram talentos variados que lhe dão certa completude. Aliam uma consciência crítica altamente desenvolvida a uma percepção holística da realidade. Em sua jornada pessoal buscam cada vez mais qualidade de vida, o que implica no exercício de atividades voluntárias, na atuação como ser político, cidadão em sua comunidade e no sentimento de urgência em obter um significado para a própria vida, em esforço firme e ético para influenciar a realidade. Viver desta maneira os torna abertos, flexíveis a mudanças, dotando-os da tão necessária versatilidade agregada a comprometimento e resultados. Isto resulta na expressão do que podemos identificar como um conjunto de atitudes vencedoras.
Pessoas de sucesso que se tornam referência para outras pessoas desenvolvem, em geral, uma série muito particular de atitudes: são solidários, conectados, intuitivos, entusiásticos, perseverantes, sinérgicos. E alegres sempre, muito alegres, iluminando o ambiente onde quer que estejam. Exemplos são abundantes na história da humanidade. Quem pode se esquecer de Luther King, Robim Willians, Zico, Ronaldinho Gaúcho, Chico Anísio, Capra, Chopra, Ziraldo, Fernanda Montenegro e tantos outros que se tornaram referência em suas profissões tão distintas. Líder político, jogador de futebol, atores, humoristas, não importa o ofício. Importa ser feliz e pleno.
Outra peculiar característica do ser humano bem sucedido é sua capacidade de perceber oportunidades. Isto está diretamente ligado ao que podemos chamar atitude perceptiva. Ser bem sucedido requer não apenas atitudes vencedoras e uma estratégia para pô-las em prática, mas também a consciência de que objetivo é um sonho com data marcada. Ao estabelecer seus objetivos, pessoas de sucesso o fazem com a alegria e com a capacidade de maravilhamento do sonhador. O objetivo é a verdadeira bússola que aponta para o norte, o ponto de onde se vislumbra o sucesso. Como característica, ele deve ser sempre afirmativo e ecológico (ser isento de conseqüências negativas), específico e “circunstanciado” (ter prazo para a realização).
Por fim, todos aqueles que se percebem bem-sucedidos constroem ao seu redor uma comunidade da visão, em que sonhos, energias, talentos, competências, saberes e ações de cada um se somam ao do outro, criando um manancial de fluxo inesgotável. Cada membro da comunidade da visão sabe que relacionar-se com o outro é muito mais do que uma simples troca de cartão. Portanto, envolvem-se, relacionam-se, comprometem-se, partilham. Afinal, pessoas bem sucedidas não fazem network. Fazem amigos.
Ana Lúcia de Mattos Santa Isabel é pesquisadora e consultora do Insadi (Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual). ([email protected])