As áreas de customer experience têm que se responsabilizar pelos processos, estudando os consumidores e as melhores práticas, adquirindo capacidade técnica para dominar as ferramentas e a inovação, além de valorizar como nunca o fator humano. Essas são algumas das sugestões de Thiago Quintino, diretor executivo de innovation, customer experience, CRM and quality management da Fast Shop, dentro do que ele chama de a ciência do cliente para enfrentar o pós-crise. Além disso, com uma forte cultura de lojas físicas como centro de experimentação de novidades, a rede acredita que o e-commerce deverá apenas mudar o momento no qual o consumidor final tomará a decisão de compra. O executivo esteve, hoje (07), na 72ª live da série de entrevistas dos portais ClienteSA e Callcenter.inf.br.
Logo de cara, ele constatou que, de repente, o mundo virou de ponta cabeça, sendo um incomparável exemplo de como mercados e empresas podem ser pegos de surpresa. Os grandes cases, aqueles famosos e modelares, repentinamente podem de uma hora para outra não mais existirem. “Isso apenas prova que o sucesso do passado não garante o futuro. O comportamento do consumidor muda mesmo e nós, gestores e líderes, temos que saber como nos reaproximar desse cliente.” E, mantendo essa linha de raciocínio, o executivo confirmou ser essa uma grande oportunidade para o aprendizado. “Não só no varejo. Estamos é vivenciando um grande ecossistema de vendas de produtos e serviços diante da necessidade de estratégias ainda desconhecidas. Talvez a melhor fase já existente para o fator inovação”, detalha.
Ao ponderar a respeito das perguntas de participantes da live envolvendo a questão da automação nos processos de gestão de clientes, Quintino disse acreditar que o robô terá papel relevante no fornecimento de informações e solicitações básicas, mas dificilmente se conseguirá automatizar o atendimento às reclamações e relacionamento mais complexo. O ser humano será sempre imprescindível. Só precisa ir se aprimorando. “Na Amazon, por exemplo, a autonomia de um operador de atendimento é gigantesca, mas ele está preparado para isso. As pessoas são mais importantes que os processos e as ferramentas. Elas são a alma da companhia. Sem visão humana, a empresa não vai longe.”
Ao finalizar o 72º. encontro online da série, o executivo ressaltou ainda que, “numa crise sem precedentes como esta, passamos a valorizar aquilo do que estávamos nos afastando anteriormente. O básico da convivência familiar, uma boa mesa, um convívio mais aconchegante. O home office me ensinou o quanto eu estava distante da minha família”. Nessa linha, ele configurou o novo consumidor como alguém que volta seu olhar para a qualidade de vida. “As pessoas estão mais sensíveis. O consumo deverá ser regido pelo coração. Precisamos ser muito mais emocionais agora. Precisamos abandonar um pouco as siglas tais como CX, CS, etc, mas sim estudar a ciência do cliente de verdade. Ganha sempre o jogo quem conhece mais o consumidor e cuida mais das pessoas também internamente. Isso não vai mudar”, concluiu. A entrevista, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube. Aproveite para também se inscrever e ficar por dentro das próximas lives.
Amanhã (08), a série de entrevistas terá encontro com Fabiano Lucchese Schneider, head de customer service, collection & telesales do Agibank, que compartilhará reflexões sobre os caminhos da nova geração de bancos; na quinta, com Ermindo Cecchetto Neto, diretor de relacionamento e experiência do cliente na Yduqs; e no “Sextou?”, o bate-papo será com Jackson Dalfovo, presidente da Imperatriz, Marcia Pollard, diretora geral da BTCC, e Ricardo Oliveira, CEO da VGX.